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Esposende quer demolir cerca de 180 construções na zona da praia de Apúlia

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A Câmara Municipal de Esposende quer demolir cerca de 180 construções na zona da praia de Apúlia, face ao “risco evidente” para pessoas e bens decorrente do avanço do mar. No entanto, a intenção é contestada por moradores e proprietários.

Falando numa reunião na noite de segunda-feira, que demorou mais de quatro horas e que juntou mais de meia centena de moradores, proprietários, empresários e pescadores, o presidente da Câmara, Benjamim Pereira, disse que a intervenção deverá implicar um investimento superior a 15 milhões de euros.

“O mar está cada vez mais próximo e nunca nos vai dar tréguas”, alertou o autarca, adiantando ainda que a “grande parte“ daquelas construções é ilegal.

As demolições acontecerão na zona de Pedrinhas e Cedovém, na freguesia de Apúlia. No entanto, a ideia foi fortemente contestada pelos proprietários e moradores presentes na reunião, que prometeram lutar nos tribunais para a sua concretização. “Vão matar aquela zona”, disse a proprietária de uma habitação.

Segundo Benjamim Pereira, entre as construções contam-se 14 casas, cujos moradores serão realojadas em habitação que será construída num terreno que o município vai adquirir expressamente para o efeito, num investimento de 400 mil euros. Há ainda sete restaurantes, que serão “relocalizados”.

Os que existem serão demolidos e substituídos por outros, mais afastados da linha da costa e construídos em madeira e amovíveis, para o caso de no futuro vir a ser necessário voltar a afastá-los do mar. De resto, a esmagadora maioria das construções são barracos, que servem de apoio às atividades piscatórias e agrícolas. “Uma coisa é certa, naquela frente de mar não voltará a haver habitação”, assegurou Benjamim Pereira.

Lembrou que em 2019 uma habitação foi levada pelo mar e que uma outra foi evacuada pela iminência de ter igual destino. Disse ainda que, na zona das Pedrinhas, algumas das edificações com “valor histórico e arquitetónico relevante” poderão manter-se de pé, constituindo uma espécie de núcleo arqueológico ao ar livre. “Mas nunca para habitação”, reiterou.

Adiantou que a intervenção pode exceder “largamente” os 15 milhões de euros, não deverá começar nos próximos dois anos e “respeitará sempre” os interesses dos moradores, proprietários e empresários.

MORADORES CONTRA

No entanto, foram ouvidas vozes muito críticas, com a proprietária de uma habitação a manifestar-se “chocada” com o projeto e a garantir que vai lutar contra a demolição. “Se pensam deitar aquilo tudo abaixo, contem com a nossa oposição. Este projecto vai anular Cedovém. Estou chocada”, disse Isolete Matos.

Já outro morador afirmou que aquele é um projeto “para deitar casas abaixo e plantar feno”, destruindo o “património brutal” de Cedovém. Os moradores e proprietários prometem que a luta poderá chegar aos tribunais.

Benjamim Pereira adiantou que o projeto “não está fechado”, lembrando que a Câmara abriu um período, até 4 julho, para que os interessados possam apresentar as suas sugestões.

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