Um eurodeputado francês, Raphaël Glucksmann, sugeriu, no domingo, que os Estados Unidos devolvessem a Estátua da Liberdade, que foi oferecida por França no âmbito do centenário da Declaração da Independência.
Glucksmann fez a sugestão na sequência das políticas que têm vindo a ser tomadas pela administração Trump, justificando que os EUA já não se guiam pelos valores que levaram Paris a dar este presente.
“Vamos dizer aos norte-americanos que escolheram ficar do lado dos tiranos, aos norte-americanos que despediram investigadores por exigirem liberdade científica: ‘Devolvam-nos a Estátua da Liberdade'”, referiu durante uma convenção do movimento Place Publique, citado pelo jornal Le Monde. “Foi um presente, mas parece que a despreza. Por isso, aqui em casa [França] vai ficar bem.”
O eurodeputado deixou críticas não só à actuação de Washington em relação à guerra na Ucrânia, e aproximação a Vladimir Putin, mas também aos despedimentos que têm vindo a acontecer em instituições públicas, nomeadamente, em organizações de investigação nas áreas da saúde e clima.
“A segunda coisa que vamos dizer aos norte-americanos é: ‘se querem despedir os vossos melhores investigadores, se querem despedir todas as pessoas que, através da sua liberdade e do seu sentido de inovação, do seu gosto pela dúvida e pela investigação, fizeram do vosso país a primeira potência mundial, então vamos dar-lhes as boas-vindas de braços abertos'”, continuou Glucksmann.
A Estátua da Liberdade, originalmente chamada ‘La Liberté éclairant le monde’ (‘A Liberdade a iluminar o mundo’, em tradução livre), está em Nova Iorque e é vista como um símbolo de liberdade, justiça e democracia.
Foi um presente do povo francês aos Estados Unidos há quase 140 anos. Para além de celebrar o centenário de independência, é um símbolo das boas relações entre Paris e Washington.
