OPINIÃO –

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Europeias: Lições para quem queira!

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Viveram-se recentemente as eleições Europeias e, resultados à parte, o desfecho desta disputa deixa importantes mensagens e ensinamentos. Se por um lado devemos lamentar uma esmagadora abstenção em Portugal, que viveu em contraciclo com o que aconteceu no resto da Europa, por outro lado, as escolhas dos portugueses demonstraram uma lucidez que não pode passar despercebida.

Primeira reflexão: Ao votar expressivamente nos partidos tradicionais, não “embarcando” no discurso fácil e populista dos movimentos radicais extremistas, Portugal demonstrou que ainda acredita numa democracia consubstanciada em bases sólidas.

É verdade indesmentível que a política partidária anda mal frequentada e alguns fluxos internos dos partidos levam-nos a sentir aquela vergonha alheia, sempre que rebenta uma notícia-escândalo. Contudo, com a justiça a investigar (como nunca) e os partidos a dar alguns sinais ténues mas teimosos de regeneração, o povo vai mantendo a esperança de que “isto ainda tem remédio”. A ver vamos!

A boa notícia vai então para a rejeição clara dos discursos populistas, propositadamente de rutura para agradar aos “revoltados com o sistema”, mas que não passam de discursos de estratégia para capitalizar simpatia, com mensagens destrutivas, racistas, segregadoras e xenófobas que não se ajustam a um Portugal que todos queremos livre e democrático.

Primeira lição: Que os partidos tradicionais percebam que não terão muitas mais oportunidades, pois em próximos atos eleitorais os movimentos populistas podem “profissionalizar-se” e aproveitar melhor um contexto que os próprios partidos lhes estão a oferecer de bandeja, com os piores exemplos mediáticos.

Segunda reflexão: Esta campanha eleitoral teve episódios importados que não contribuíram para um discurso elevado, de projetos e de esperança. Pior de tudo, face a um certo alheamento do povo para com a tão importante realidade comunitária, houve demasiados discursos de agressividade, de casos e ataque pessoal, que em nada contribuíram para um esclarecimento cabal da relevância do projeto Europeu.

Também aqui o eleitor soube castigar os que não contribuíram para nada mais do que somar pontos na taxa de abstenção. Não é admissível que candidatos com vasta experiência europeia não tenham sido capazes de passar uma mensagem positiva, que fosse capaz de, pelo menos, enaltecer o papel determinante do projeto Europeu para o desenvolvimento do território português nas últimas décadas.

Segunda lição: Depois de termos vivido a crise mais grave que conhecemos no Portugal livre, os eleitores receiam e anseiam por soluções e projetos que lhes deem mais garantias de estabilidade. Os discursos demagogos e agressivos não convenceram os poucos que ainda foram votar.

É tempo dos agentes políticos definirem o que querem no futuro do discurso político, sob pena da crença se esgotar.

Está visto que grandes festas e arraiais não significam cruzes no boletim, assim como para colher uma bela couve é preciso planta-la e trata-la para que vingue forte e saudável!

ERRATA: No último artigo de opinião sob o título “Estão a matar a Greve!”, onde erradamente surgiram as siglas “…CGDP e a UDP…”, deveriam ter aparecido a siglas corretas: “CGTP e a UGT”.

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