Na madrugada deste domingo, a nave da Firefly Aerospace, uma empresa norte-americana, a ‘Blue Ghost’, tocou o solo do ‘Mare Crisium’ (uma vasta bacia vulcânica no nordeste da face lunar voltada para a Terra) sem qualquer percalço.
O feito ganha ainda mais relevância porque, ao contrário do que aconteceu com o ‘Odysseus’ da Intuitive Machines em 2024 – que chegaria inclinado e com dificuldades de comunicação -, o módulo da Firefly manteve-se de pé, intacto e totalmente operacional.
A bordo, o ‘Blue Ghost’ (Fantasma Azul, em tradução literal) carrega uma dezena de instrumentos científicos. Entre eles, um sistema de sucção para recolher amostras do regolito lunar, um perfurador que mede temperaturas até três metros de profundidade e uma tecnologia concebida para mitigar os efeitos do pó lunar – um verdadeiro “tormento” para astronautas das missões Apollo, por exemplo.
As experiências têm cerca de duas semanas para produzir resultados, antes que a noite lunar mergulhe tudo num frio letal.
CORRIDA À LUA
Longe vai o tempo em que apenas os gigantes espaciais – União Soviética e EUA, primeiro, China, Índia e Japão, depois – conseguiam aterragens conseguidas, e ‘suaves’, no satélite natural da Terra.
Face ao avanço da tecnologia, e com o envolvimento de um sector privado forte e abastado, a Lua transformou-se num destino cada vez mais “acessível”.
“O local onde nós pousámos é de um grande interesse científico, mas também é um dos pontos mais seguros para aterrar”, sublinhou este domingo Joel Kearns, administrador-adjunto da NASA – que, veremos adiante, é parceira dos privados. E acrescentou, Kearns: “Este momento entra para os livros de História.”
A Firefly é, pois, a mais recente protagonista de um enredo que se adensa de mês para mês. Mais recente; não única: duas outras empresas privadas têm hoje módulos a caminho (ou quase) da Lua e esperam juntar-se ao ‘Blue Ghost’ em breve.
Enquanto isso, também a SpaceX e a Blue Origin – as gigantes espaciais lideradas por Elon Musk e Jeff Bezos – afinam os seus próprios veículos para levarem astronautas norte-americanos de volta à Lua em 2027, naquela que será a primeira missão tripulada desde 1972.
Com CNN Portugal