O secretário-geral da Federação Nacional dos Professores (Fenprof) alertou esta terça-feira que o mês de Setembro vai ser “muito exigente” por causa da aplicação do Plano + Aulas + Sucesso e da falta de docentes no próximo ano lectivo.
“Setembro vai ser um mês muito exigente”, avisou hoje Mário Nogueira, o secretário-geral da Fenprof, durante uma conferência de imprensa no Porto para fazer o balanço do ano lectivo de 2023-2024 e perspectivar o próximo ano escolar.
Segundo Mário Nogueira, quando o ano escolar abrir em Setembro as escolas vão ter muitos professores que vão chegar pela primeira vez, vão ter de reorganizar todo o serviço tendo em conta a recuperação de docentes que em Julho foram informados de que não teriam componente lectiva (horários zero) e vão ter de aplicar as medidas que resultarem do Plano +Aulas + Sucesso “que sem mais professores não irá reduzir em 90% o número de alunos sem, pelo menos, um professor”.
Além de todas as mudanças, Mário Nogueira disse que em Setembro as escolas vão também ter de aplicar o “complexo mecanismo de recuperação do tempo de serviço”.
“Quando se iniciarem as aulas, teremos mais professores a aposentarem-se, o que acontecerá ao longo do ano lectivo, certamente mais a adoecerem, muitos devido à sobrecarga de trabalho (…) e o Ministério [da Educação] a tentar avançar com algumas medidas que poderão gerar crispação com os professores”, disse.
A Fenprof exemplificou com as alterações ao regime de concursos que ponham em causa o critério da graduação profissional, alterações de avaliação de desempenho se for critério os resultados dos alunos, mudanças de regime da gestão das escolas, se for intenção profissionalizar o cargo de director, criando um estatuto e uma carreira próprios”.