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PALAVRA DO ANO

PALAVRA DO ANO -
«Inefável»: a palavra mais pesquisada no dicionário Priberam em 2024

Inefável é a palavra mais pesquisada no dicionário online Priberam, mas «não faz parte das selecionadas para o “O Ano em Palavras”», refere a plataforma. Isto porque não está ligada a nenhum evento específico, mas as restantes 24 estão. Por esta altura, o dicionário online e a Agência Lusa fazem a retrospetiva de cada ano em palavras.

As 24 palavras, sendo duas por cada mês, que definiram o ano são selecionadas por relevância, a partir de mais de centena e meia de pesquisas que se destacaram por serem feitas no momento em que decorriam os acontecimentos que lhes deram origem.

«O interessante do “Ano em Palavras” é o exercício de ligar os acontecimentos e as ideias a palavras-chave e, de novo, através delas, voltar à realidade e perceber o que aconteceu. Ou, pelo menos, entender como a generalidade das pessoas a apreendeu ou percebeu. Um pouco como um calendário em palavras. Sem a Lusa, acho que esse exercício seria impossível», afirmou a diretora de informação da Lusa, Luísa Meireles.

Para o diretor executivo da Priberam, Carlos Amaral, «esta iniciativa é uma das maneiras de a Priberam mostrar de que modo é que as consultas ao Dicionário Priberam podem ilustrar o país e o mundo em 2024 e é um privilégio poder associar essas pesquisas aos textos dos jornalistas e às imagens dos fotógrafos da Lusa».

As palavras, significado e artigos da Agência Lusa sobre cada acontecimento podem ser consultadas aqui.

Política, cultura e economia influenciam pesquisas

2024 começou com as palavras «suplemento» e «imunidade». Os autores deste estudo sugerem que terá sido pelo facto de, na altura, milhares de polícias exigirem suplemento de risco idêntico ao da Polícia Judiciária. Além disso, foi o mês em que o presidente do Governo Regional da Madeira, Miguel Albuquerque, arguido por suspeitas de corrupção, admitiu o levantamento da imunidade.

O mês seguinte revelou, nas pesquisas «Vudu», pela escola de samba que venceu o Carnaval do Rio de Janeiro com uma apresentação baseada na força das mulheres negras e em crenças vudus. Além dessa, «Persona non grata», classificação atribuída por Israel ao presidente do Brasil, Lula da Silva, após este ter comparado Gaza ao Holocausto, também foi uma pesquisa em alta.

Em março, os portugueses pesquisaram «marcha», pela marcha lenta dos agricultores para reivindicar medidas contra a seca, e «legislativas», na sequência da vitória da Aliança Democrática.

Em mês de 50 anos do 25 de abril, quando Marcelo Rebelo de Sousa defendeu o pagamento de reparações por crimes da era colonial, as palavras mais pesquisadas foram «liberdade» e «reparação».

As palavras de maio foram «faroeste» e «repúdio», pelo presidente francês, Emmanuel Macron, dizer que a Nova Caledónia não se podia tornar um «faroeste», e de o presidente da Assembleia da República, Aguiar-Branco, propor um voto de «repúdio» contra discursos de ódio.

Para junho, o dicionário regista as palavras «asilo» porque, segundo a Agência da ONU para os Refugiados, ACNUR, Portugal recebeu cerca de 2.600 pedidos de asilo em 2023. A par dessa, «extrema-direita», porque milhares de franceses se manifestaram contra a extrema-direita após a primeira volta das legislativas.

O sexto mês do ano foi marcado por «traineira» e «desistência», na sequência do naufrágio de uma traineira que provocou a morte de vários pescadores, e do anúncio de Joe Biden de que desistia das presidenciais.

Em agosto, a conquista do bronze pela judoca Patrícia Sampaio e da prata pelo ciclista Iúri Leitão no omnium, nos Jogos Olímpicos de Paris, fizeram com que as palavras «judoca» e «omnium» fossem as mais pesquisadas.

Depois dos incêndios florestais no centro e norte do país, bem como o ciberataque israelita que causou a explosão simultânea de milhares de ‘pagers’ no Líbano tornaram «fagulha» e «pager» as palavras de setembro.
A forte depressão que causou intensas inundações, 200 mortes e danos em Espanha, bem como as manifestações no Bairro do Zambujal, clamando «justiça» após o baleamento fatal de um morador pela PSP, fizeram de «depressão» e «Zambujal» as palavras de outubro.
Em novembro vimos a ministra da Saúde, Ana Paula Martins, visitar o INEM na sequência da crise por greve dos técnicos de emergência pré-hospitalar e, ainda, manifestantes contestando o resultado das eleições moçambicanas com barricadas nas ruas. Assim, «greve» e «barricada» foram os termos pesquisados.

O ano termina com «restauração», devido às declarações do secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, que recordou a Restauração da Independência em Portugal, para defender a soberania da Ucrânia, e «transição», pela queda do regime de Bashar al-Assad na Síria, que agora se encontra em regime de transição.

Em comunicado, o Dicionário Priberam, com já 15 anos, é hoje mais fácil de usar, otimizando-se em dispositivos móveis. A plataforma aumentou o seu conteúdo, com mais de 7.300 novos verbetes, totalizando mais de 167.600 entradas e mais de 273.700 definições

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