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Já arderam mais de 1.200 hectares no Alto Minho

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Os 10 concelhos do distrito de Viana do Castelo registam, desde 1 de Janeiro e até hoje, um total de 219 incêndios que consumiram 1.211 hectares de terrenos, disse à Lusa a Protecção Civil.

Em declarações à agência Lusa, o comandante de Emergência e Protecção Civil do Comando Sub-Regional do Alto Minho, Marco Domingues, especificou que em Janeiro ocorreram nove incêndios (4%), em Fevereiro 181 (83%) e, nos primeiros sete dias de Março, estão contabilizados 29 fogos florestais (13%).

Comparativamente ao mesmo período de 2022, Marco Domingues indicou que o número de ocorrências e área ardida é menor.

No primeiro trimestre do ano passado registaram-se 226 incêndios que consumiram 1.866 hectares.

Este ano, adiantou, dos 1.211 hectares ardidos, 1.091 correspondem a mato, 113 a povoamentos e sete hectares de terrenos agrícolas.

CONCELHOS MAIS AFECTADOS

Arcos de Valdevez, com 49 fogos, lidera a lista dos concelhos mais afectados pelas chamas, seguido de Ponte da Barca com 48, Ponte de Lima (42), Viana do Castelo (18), Melgaço e Valença, ambos com 15 ocorrências, Monção e Paredes de Coura com 12, Caminha com sete e Vila Nova de Cerveira com apenas um incêndio.

Marco Domingues explicou que a investigação da GNR às ocorrências registadas até hoje concluiu que 53% dos incêndios tiveram origem em queimadas para renovação de pastos, 25% em queimada de sobrantes florestais ou agrícolas, 7% queima de amontoados, 14% dos fogos foram desencadeados por indivíduos inimputáveis, 1% reacendimentos e a mesma percentagem para queima de lixo.

Segundo o comandante de Emergência e Protecção Civil do Comando Sub-Regional do Alto Minho, “em nenhuma destas situações há registo de licenciamento das queimadas junto das respectivas autarquias e, se houver necessidade, são enviados meios de apoio para o efeito”.

“As queimadas para renovação de pastos são legais quando estão licenciadas nas respectivas autarquias. Não quero, de todo, penalizar quem necessita de utilizar o fogo para a sua subsistência. Mas as coisas podem ser feitas de outra forma. Culturalmente era assim que se fazia, mas agora temos de fazê-lo de forma diferente para a segurança de todos”, destacou.

Marco Domingues apelou à reflexão da população do Alto Minho: “Temos de olhar para o território como um todo. Uma peça em cadeia. Em que a minha ação vai provocar uma reacção na vida do outro”.

Questionado sobre a perspectivas para “a época mais exigente” de fogos florestais, Marco Domingues apontou como principal preocupação “o padrão estável que a região alcançou, quer do número de ocorrências quer da área ardida: menos de cinco mil hectares”.

“Esta estabilização é motivo de receio. Não podemos esquecer que em 2005 arderam 27 mil hectares, em 2010, arderam 23 mil hectares. Nos últimos seis anos não temos verificado esses picos. Ou seja, estamos com grande acumulação de carga combustível.

FALTA DE BOMBEIROS

Isto quer dizer que, estamos reféns desta estabilização. Com o acumulado que temos, associado às alterações climáticas e ao abandono rural, a qualquer momento, poderemos ter um problema sério. Temos esse risco bem presente”, alertou.

Referiu-se também aos danos causadas pelo temporal de 1 de Janeiro na rede viária florestal, “com grande parte dos caminhos bastante destruídos, impedindo a circulação de veículos de combate a incêndios”.

A falta de operacionais nas corporações de bombeiros, um problema recorrente no distrito de Viana do Castelo, é outra preocupação.

“Estamos com um efectivo decrescente, quer em número quer em disponibilidade. É um problema que se tem vindo a agravar, nos últimos anos. Temos feito um esforço, juntamente com a Federação Distrital de Bombeiros do Alto Minho e com os corpos de bombeiros, no recrutamento para distribuir reforços pelas corporações, mas as fileiras não engrossam. Não estamos a conseguir fixar os recrutas, por muito tempo. A taxa de saída continua a ser bastante elevada e com muito pouco tempo de serviço”, especificou.

Com uma área total de 222 mil hectares, o distrito de Viana do Castelo tem 208 freguesias, 99 das quais (8,9% do total do país) consideradas prioritárias na prevenção de fogos florestais e onde estão identificados 1.185 lugares prioritários.

As 12 corporações existentes na região integram cerca de 690 bombeiros, sendo que apenas 65 são profissionais e integram a corporação dos sapadores de Viana do Castelo.

Além da capital do Alto Minho, também Caminha possui duas corporações de bombeiros voluntários, uma situada na sede do concelho e a outra em Vila Praia de Âncora.

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