João Braga Simões, médico de clínica geral de 33 anos, é o candidato do PS à Câmara de Arcos de Valdevez, e quer ganhar o município e acabar com a “perpetuação” do PSD “no poder desde o Estado Novo”.
“Um bom resultado é ganhar. Menos do que isso não nos satisfaz, mas claro que cada vitória é uma bandeira espetada. Cada Junta de Freguesia que possamos juntar ao leque das que já temos, cada lugar na Assembleia Municipal que possamos juntar aos que já temos, é importante. Acima de tudo temos um genuíno interesse em fazer uma política diferente”, afirmou esta segunda-feira à agência Lusa o candidato socialista.
Médico na Unidade Local de Saúde do Alto Minho (ULSAM), João Braga Simões acredita que o PS de Arcos de Valdevez, no distrito de Viana do Castelo, “tem condições para crescer, para desafiar o statu quo que está estabelecido há décadas”.
“Arcos de Valdevez é dos poucos concelhos do país que nunca mudou de cor política desde o Estado Novo. Mantém-se com o mesmo partido no poder desde essa altura e a verdade é que nós temos vindo a construir um capital político importante dentro da comunidade”, sustentou.
Para o candidato socialista, “há todo um sistema instalado em Arcos de Valdevez que brota da perpetuação do mesmo partido no poder há muito tempo”.
“Isso gera vícios e acreditamos que não existe verdadeira democracia enquanto não existir alternância. É exactamente para essa alternância, que é também um chamamento da comunidade que temos vindo a sentir há já algum tempo, e na resposta a esse chamamento que vamos à luta”, referiu.
Apesar de se estrear como cabeça-de-lista à Câmara Municipal, João Braga Simões foi número dois na lista socialista nas eleições autárquicas de 2017 e é, desde então, deputado na Assembleia Municipal.
“Dentro da equipa na Assembleia Municipal, nas juntas de freguesia e mesmo com a vereação já tínhamos vindo, ao longo destes quatro anos, a preparar terreno para fazermos este ano, uma candidatura forte. Temos mostrado trabalho, vontade e acima de tudo temos equipa, e temos neste momento os elementos certos para fazer uma candidatura forte e desafiante”, garantiu.
A meta para as eleições deste ano é “melhorar os resultados de 2017, ganhando mais juntas de freguesia”, por considerar que o “caminho para a vitória tem de ser feito” pelas autarquias.
“Não acreditamos que se ganhe uma câmara sem as juntas de freguesia, mas acima de tudo é importante que os arcuenses percebam que existe uma alternativa e esse trabalho está feito. Os arcuenses já reconhecem no PS uma alternativa com competência e com capacidade para assumir os destinos do concelho”, observou.
PARTICIPAÇÃO ACTIVA
Se conseguir ganhar a Câmara de Arcos de Valdevez, o médico adiantou que uma das primeiras medidas que tomará será a elaboração de um estudo económico-financeiro sobre a viabilidade da reversão da empresa supramunicipal Águas do Alto Minho.
“Logo à partida nós votamos contra a adesão. O executivo do PSD contou muito mal a história, enganou a população e o resultado é o que se vê, ao contrário do que foi feito e proposto noutros concelhos que também integram a empresa. Em Arcos de Valdevez a história foi muito mal contada e, neste momento, o presidente da Câmara Municipal tenta sacudir a água do capote. Queremos perceber quais são as hipóteses de tentar um caminho diferente”, defendeu.
A participação cidadã e o turismo são outras das prioridades apontadas pelo candidato.
“Neste momento, Arcos de Valdevez não tem uma participação cidadã viva como precisa de ter. Isto precisa de ser estimulado. Mais uma vez também por causa da questão da perpetuação do mesmo partido no poder. Queremos um turismo sempre alicerçado na sustentabilidade. Não nos interessa um turismo de massas, um turismo que venha para destabilizar o património cultural, natural e paisagístico. Queremos uma forma eco sustentável de criar valor no concelho e permitir que mais pessoas venham viver para Arcos de Valdevez, mas também que as que cá estão possam permanecer com qualidade”, disse.
Nas autárquicas de 2017, o PSD conquistou 67,81% dos votos e seis mandatos, o PS conseguiu 17,68% dos votos e um mandato.
De acordo com a lei, as eleições autárquicas decorrem entre Setembro e Outubro, mas a data ainda não está marcada.