No Dia Mundial da Poesia, que se assinala esta quinta-feira, a Câmara de Amares lançou oficialmente o Prémio Literário Francisco Sá de Miranda, que se realizará de dois em dois anos e destina-se a autores lusófonos com obras publicadas na modalidade de poesia. O prémio para o vencedor é de 7500 euros.
Nos anos em que o concurso não se realizar, a autarquia deverá apostar na criação das “Jornadas Mirandinas”, que pretende que sejam um espaço de reflexão sobre o autor e também uma oportunidade de formação, com créditos, para os participantes.
Na apresentação pública da iniciativa, que decorreu na Casa da Tapada, em Fiscal, onde Sá de Miranda viveu, o autarca Manuel Moreira explicou que este Prémio Literário pretende evocar «um dos grandes vultos da literatura e da cultura portuguesa», que «deixou uma marca» em Amares.
A importância de Sá de Miranda no contexto da literatura nacional foi, de resto, bem vincada pelo professor universitário Sérgio Guimarães de Sousa, que integrou a comissão de homenagem a Sá de Miranda e vai ser o presidente do júri do concurso.
Lembrando que se trata de uma «figura incontornável e ímpar», considerou-o «um mestre» e «um dos patriarcas» da literatura portuguesa, «onde todos foram beber, inclusive Camões», pelo que este é um prémio que se reveste da maior importância.
PARA AUTORES COM OBRAS PUBLICADAS
O Prémio Literário agora instituído destina-se a autores lusófonos com obras de poesia escritas em Português e publicadas nos últimos dois anos civis anteriores à realização do concurso, ou seja, neste caso de 2017 em diante.
As candidaturas decorrem até ao dia 23 de Abril. As obras a concurso podem ser entregues até essa data na Biblioteca Municipal Francisco Sá de Miranda, em Amares.
Presidido por Sérgio Guimarães Sousa, o júri integrará ainda uma professora da Universidade de Aveiro e um representante do pelouro da Cultura da Câmara.
HOMENAGEM A AGOSTINHO DOMINGUES
O vice-presidente e vereador da Cultura, Isidro Araújo, anunciou que a entrega do prémio deverá ser feita na Casa da Tapada, num momento que servirá também para homenagear Agostinho Domingues.
«Trata-se de outra figura incontornável de Amares. Estamos ainda a estudar a forma como poderemos articular esse momento de homenagem a alguém que deu muito ao concelho em várias áreas», apontou.
Nas suas intervenções, quer Isidro Araújo, quer Manuel Moreira lembraram a existência, desde 2008, do concurso literário Sá de Miranda, que envolve toda a comunidade educativa do concelho.
«Fazemos um trabalho enorme, junto das escolas de Amares, que todos os anos é publicado em obra. É um prémio que merecia mais reconhecimento», disse o vereador.
A apresentação do prémio contou com a leitura de alguns excertos da obra do poeta Sá de Miranda, um momento a cargo da Oficina de Teatro da Escola Secundária de Amares.