Em maio, em Portugal, as fontes de energia renovável produziram mais de 75% da eletricidade para o país, num marco significativo que se traduz em 3179 GWh (gigawatts/hora). O valor é confirmado, esta quarta-feira, pela Associação Portuguesa de Energias Renováveis (Apren), que destaca um aumento homólogo de 20,6% na geração nacional de eletricidade.
No pódio, destaca-se a tecnologia hídrica com 36,3%, seguida pela eólica (17,5%) e pela solar (16,6%), que continua a ganhar relevância.
Nos primeiros cinco meses do ano, a aposta nas renováveis evitou a emissão de 4,9 milhões de toneladas de dióxido de carbono equivalente (MtCO₂eq). O setor eletroprodutor emitiu um total de 0,99 MtCO₂eq, com um valor médio de 43,9 gCO₂-eq/kWh.
No acumulado de janeiro a maio, a incorporação renovável em Portugal atingiu os 81%. Assim, o país é o terceiro na Europa (entre os mercados analisados) com maior peso de fontes limpas na produção de eletricidade, apenas atrás da Noruega (97,4%) e da Dinamarca (85,2%). A nível europeu, a hidroelétrica é a tecnologia renovável mais expressiva, seguida da eólica e da solar.
Ainda entre janeiro e maio, o preço médio horário da eletricidade em Portugal, no Mercado Ibérico de Eletricidade (MIBEL), fixou-se em 61,12 euros/MWh. A Apren revelou que houve 1171 horas não consecutivas em que a geração renovável foi suficiente para cobrir o consumo elétrico nacional, com um preço médio de 57,8 euros/MWh nessas horas.
A produção em regime especial (PRE), maioritariamente renovável, gerou uma poupança acumulada de 3951 milhões de euros até ao final de maio.
Pedro Amaral Jorge, CEO da Apren, estes dados «mostram de forma clara como as renováveis são essenciais não apenas para cortar emissões, mas também para tornar a economia mais competitiva». O responsável acrescenta que, com mais investimento em redes, armazenamento e flexibilidade, «Portugal tem tudo para assumir uma posição ainda mais destacada na transição energética a nível europeu».
Desde 2015, a capacidade renovável instalada em Portugal cresceu 71,7% (+8807 MW), e só entre dezembro de 2024 e abril de 2025, houve um aumento de 323 MW, destacando-se a energia solar fotovoltaica. Em abril, a capacidade renovável representava cerca de 78,3% da capacidade total instalada no país.
A Apren conclui que é urgente «criar condições de mercado que valorizem o contributo estratégico das renováveis e acelerem a transição energética, garantindo segurança, independência e sustentabilidade ao sistema elétrico nacional».