A organização de combate à corrupção Transparência Internacional na União Europeia (TI UE) divulgou, esta segunda-feira, que 70% dos eurodeputados têm uma atividade paralela e mais de um quarto recebe remuneração, num total de 8,7 milhões de euros.
Num estudo revelado a um mês do início das eleições europeias — que decorrem entre 06 e 09 de junho – a TI UE mostra, analisando as declarações de interesses dos deputados portugueses ao Parlamento Europeu, as remunerações paralelas variam entre os 14 euros de Sandra Pereira (PCP), em senhas de presença numa Assembleia de Freguesia, e os mais de 68 mil euros anuais do recém-chegado Ricardo Morgado (PSD, em substituição de Cláudia Monteiro de Aguiar, que saiu para o Governo), como representante legal de uma instituição e que está na 27.ª posição dos maiores rendimentos declarados.
A TI UE revela que o eurodeputado Viktor Uspaskich é o que tem maior rendimento: paralelo declara três milhões de euros anuais que recebe de uma holding, seguido pelo francês Jérôme Rivière, que declara 220,24 mil euros, e Laszlo Trocsanyi, da Hungria, com 171,6 mil euros anuais.
A TI UE sublinha que o parlamento “continua a ressentir-se de uma série de alegações de influência estrangeira que envolvem deputados europeus que recebem dinheiro em troca da divulgação de propaganda russa” e reitera as preocupações com os conflitos de interesses.