Manuel Moreira e vereadores “desconfortáveis” com tratamento na peregrinação à Abadia

O presidente da Câmara de Amares, Manuel Moreira, disse esta quarta-feira ter ficado “muito desconfortável” com o que classificou como “tratamento pouco digno” recebido no domingo, durante a peregrinação arciprestal à Senhora da Abadia. O lamento foi acompanhado pelos vereadores Pedro Costa, Valéria Silva e Emanuel Magalhães.

No início da reunião de Câmara desta quarta-feira, em forma de “desabafo”, Manuel Moreira admitiu ter-se sentido “muito desconfortável” e até “um pouco ofendido” no domingo, durante a peregrinação entre o Mosteiro de Bouro e o Santuário da Abadia, por entender que os autarcas não foram tratados da “forma que deveriam ser” e enquanto “autoridades do concelho” tendo em conta a forma como seguiram na peregrinação.

“Ninguém obriga ninguém a convidar o presidente da Câmara ou os vereadores. Se nos convidam, têm de nos tratar com o respeito que o cargo exige. Uma coisa era eu pessoalmente participar na peregrinação enquanto cidadão, outra coisa é fazê-lo como presidente da Câmara, como representante do povo. Não é digno dizerem-nos que ou vamos atrás das bandeiras ou temos lugar reservado no palco para a missa”, disse o autarca.

Manuel Moreira sublinhou que o município tem sido um “grande parceiro” da Igreja, nomeadamente através da atribuição de subsídios para a realização de diversas obras. “Nos meus mandatos, já foram mais de três milhões de euros. Ainda hoje temos mais um apoio, neste caso para Paranhos. Lamento profundamente que isso não seja reconhecido de forma devida”, vincou Manuel Moreira.

As críticas foram acompanhadas por outros vereadores que participaram na peregrinação, tendo Pedro Costa (PS) assumido que também se sentiu “desconfortável”. “Quando convido alguém para a minha casa, seja pessoal ou institucional, esforço-me por receber bem. Isso não aconteceu desta vez. Não foi elegante nem confortável”, disse o representante socialista.

Menos incisiva na crítica, a vereadora Valéria Silva, também do PS, considerou que “não se denotou organização” na peregrinação e que “ninguém soube dizer onde deveriam ir as autoridades civis”. Já o vereador independente Emanuel Magalhães, que apenas se juntou à procissão no alto da Abadia, foi lacónico no comentário feito ao assunto. “A partir do momento em que os órgãos institucionais são convidados devem merecer a dignidade que o cargo possui”, vincou Magalhães.

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