“Qualquer dia estamos a clamar para que qualquer actuação policial seja precedida de uma autorização da Assembleia da República”, afirmou, em tom irónico, Miguel Macedo, o antigo ministro da Administração Interna de Pedro Passos Coelho.
Em entrevista à TSF, o político de Braga recorda que “a lei prevê medidas especiais de polícia quando há uma situação que repetidamente é identificada como uma situação difícil do ponto de vista de segurança como era o caso”.
Macedo acredita que foram cumpridos os princípios da proporcionalidade e da necessidade. “Tenho de partir desse princípio. Se foram ou não logo se verá, mas parto do princípio que sim, que foram cumpridas.”
Lembra aos microfones da TSF que a operação policial no Martim Moniz em Lisboa serviu para dar cumprimento a seis mandados de busca e aconteceu depois de várias queixas do presidente da Câmara de Lisboa e do presidente da Junta de Freguesia de Santa Maria Maior. Assim, defende que “se o sentimento de segurança for sustentado” justifica a intervenção policial”.
Miguel Macedo diz que “não percebo o alarido” provocado pela operação da PSP. “Estas operações policiais de maior ou de menor envergadura estão a causar alarido, por ventura porque nos últimos tempos elas não têm sido muito habituais, mas deviam ser habituais”, afirma, acrescentando que “é normal que aconteçam operações destas”.
Para o antigo ministro da Administração Interna o que não pode acontecer “é estarmos a ir por um caminho em que qualquer dia estamos a clamar para que qualquer actuação policial seja precedida de uma autorização da Assembleia da República”.
Miguel Macedo finaliza a entrevista à TSF rejeitando a ideia que operações como a desta quinta-feira tenham o resultado contrário ao desejado e aumentem o sentimento de insegurança. E recusa também que contribuam para estigmatizar uma zona da cidade de Lisboa onde circulam pessoas de várias nacionalidades.