Uma moradora de S. Vicente do Bico está revoltada com as obras de alargamento do cemitério da freguesia e vai avançar com uma queixa em tribunal por entender que a obra viola a lei, ficando «demasiado próxima» da sua habitação. O presidente da Junta nega e garante que está tudo legal.
Ao jornal “Correio da Manhã”, Rosa Fernandes queixou-se de que a Junta de Freguesia derrubou um muro existente e que a obra de alargamento do cemitério não cumpre os obrigatórios dez metros de afastamento de casas.
«Se não deixarem os dez metros a que são obrigados pela lei, qualquer dia estou a almoçar ou a jantar no terraço com a minha família e tenho um funeral a entrar-me em casa», atirou.
Ao mesmo diário, o advogado Santos Oliveira, que representa a moradora, disse que vai avançar com uma providência cautelar para travar as obras, uma vez que existe «uma violação flagrante das normas».
Contactado pelo jornal “O Amarense”, o presidente da Junta, Fernando Soares, referiu que a autarquia «cumpre sempre com todas as suas obrigações, colocando os interesses da população acima de tudo, tendo presente que nenhuma instituição está acima da lei».
Assegura que «a Câmara Municipal de Amares, a Delegação de Saúde e a CCDR-N aprovaram o projecto», sublinhando que a Junta de Freguesia «falou com todos os proprietários» antes de avançar com a obra.
«Chegámos a acordo com dois proprietários em que autorizaram as sepulturas a menos de 10 metros dos muros que delimitam o cemitério», refere.
Neste caso em concreto, Fernando Soares diz que chegaram a acordo «por três vezes, tendo cada um desses acordos sido recusados passado 24 horas», o que fez «avançar com o projecto em observância à distância que escrupulosamente a lei determina».
«O que se estranha é que as pessoas em causa, tendo conhecimento dessa situação, continuem a reivindicar o que já está garantido pelo projecto, aprovado pelas instituições competentes, o que nos leva a pensar que as verdadeiras motivações nada têm a ver com as reivindicações que apresentam», critica.
O autarca garante que «a Junta de Freguesia tem a consciência de que tudo fez para chegar a acordo com os ditos proprietários e que todo o processo é legal e transparente».
Foto: Correio da Manhã