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BRAGA -

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Movimento ‘Braga para Todos’ transforma ‘piriscas’ em abrigos para animais de rua

As beatas recolhidas durante o mês de Agosto pelo movimento cívico Braga para Todos vão ser transformadas em mobiliário para animais de rua em conjunto com outros materiais usados. A proposta foi feita pelo arquitecto bracarense Guy Arnaud, integrante do movimento activista e visa implementar o conceito de economia circular na cidade ao serviço das políticas públicas de protecção de animais.

As ‘piriscas’, ao todo mais de 50 mil, foram recolhidas pelo Braga para Todos nas 5 acções do plogging realizadas no centro da cidade, tendo então surgido ideia de as transformar.

“Havia a possibilidade de as entregar ao laboratório da paisagem em Guimarães, porém, como o nosso movimento é de acção local queríamos que estas tivessem uma segunda vida e ficassem cá [em Braga], até para as pessoas perceberem que o denominado lixo pode não o ser”, explica Elda Fernandes.

“Então um activista do nosso movimento e arquitecto com trabalhos notáveis em papel e em madeira pediu-nos um garrafão para testar algumas como matéria de isolamento para os abrigos, ou as chamadas casas dos gatos, que implementamos na cidade. Como a experiência correu bem, agora será construído o primeiro abrigo onde apenas se recorrerá a material reutilizado e cada modelo será original e personalizado”, conta a responsável do movimento.

Sobre os novos abrigos 100% recicláveis, o Braga para Todos afirma que terão um modelo ou dois disponíveis que depois serão cedidos.

“Vamos, com o apoio e boa vontade do Guy Arnaud ter dois modelos, depois iremos disponibilizá-los como fizemos ao que está na Junta de S. Victor e na Quinta Pedagógica. Se não for possível colocar em local público irá para privados”.

Sobre a transformação das beatas em material de isolamento para tornar os abrigos mais quentes, o arquitecto Guy Arnaud – um ‘empreendedor ecológico’ que tem no seu currículo trabalhos como resorts ecológicos e a concessão de festivais ecológicos –  explica o processo: “as beatas foram descontaminadas e reaproveitadas para fazer isolamento térmico e os resíduos das pontas aproveitadas para a compostagem. Os abrigos serão feitos com material recuperado como, por exemplo, a madeira de paletes, tetra pak de pacotes de leite, filtros de beatas, papel plástico entre outros materiais que são desperdiçados diariamente às toneladas”.

CRITICAS À CÂMARA

“Em Braga vivemos uma situação caricata que é visível por pessoas mais atentas. São os activistas nas diversas vertentes que fazem agenda política, aliás, todas as políticas animais existentes no município foram as que pedimos e lutamos”, afirma Elda Fernandes.

“Não há qualquer capacidade de inovação por parte do executivo nem vontade de fazer mais e melhor; preferem arrastar-se atrás das ideias dos outros. Esta situação leva-nos a ver o óbvio: não há ninguém no executivo com vontade de fazer algo pelos animais da cidade, acabam por fazer somente para ficar bem”, acusa, dando como exemplo as Casas dos Gatos existentes na cidade conseguidas porque “foram prometidas publicamente numa acção”.

As críticas do movimento têm por alvo o vereador Altino Bessa, agora com o pelouro da defesa animal. A escolha do autarca do CDS-PP é, diz Elda Fernandes, “uma atitude irreflectida de Ricardo Rio [presidente da Câmara], porque ele não dispõe de formação nem competência”.

“Aliás, se formos a avaliar pelas políticas animais, este executivo anda há dois anos a seguir as nossas ideias sem conseguir evoluir, como por exemplo Guimarães que já está a ultrapassar Braga”, atira Elda Fernandes.

O Braga para Todos defende a “urgência” de mais parques caninos em freguesias centrais, como a Sé, e o mapa canino “para quem vem a Braga com eles possa conheça espaços animal friendly e os parques caninos existentes”.

“A maioria dos bracarenses desconhece os parques caninos que existem. Estes estão maioritariamente vazios e a degradar-se e isto não pode acontecer: as politicas animais são a consequência de uma sociedade evoluída e não para meia dúzia de políticos aparecer na imprensa”.

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