Mulheres e adolescentes que procuram asilo no Reino Unido alegam ter sido violadas, agredidas sexualmente e assediadas em alojamentos mistos do Ministério do Interior.
De acordo com o The Guardian, um dos casos é o de uma rapariga de 14 anos que foi alegadamente aliciada e violada depois de ter sido separada da mãe num hotel que albergava maioritariamente homens solteiros no sudoeste de Inglaterra. A mãe da adolescente, que falou sob condição de anonimato, disse que a filha já tinha sofrido abusos e era “extremamente vulnerável”.
A rapariga terá sofrido abusos por parte de um homem do quarto vizinho que lhe deu comida e a convidou a entrar no seu quarto. O episódio só foi descoberto meses mais tarde devido a problemas ginecológicos.
Segundo a mãe da vítima, em causa estão falhas do Ministério do Interior, já que “a segurança era frouxa no hotel”.
O hotel foi posteriormente encerrado e o ministério declarou estar “extremamente preocupado” com o caso. Foi aberta uma investigação.
Além desta situação, veio também a público a história de uma mulher grávida apoiada pela organização de caridade Rape Crisis, que foi alojada num albergue misto e continuou a viver lá depois de o seu bebé ter nascido. Segundo a mulher, homens solteiros, que viviam nos quartos vizinhos seguiam-na frequentemente.
Outra mulher, apoiada pela mesma instituição e que anteriormente tinha sido traficada para fins de exploração sexual, denunciou ter sido sujeita a mais abusos por parte de um indivíduo em quem anteriormente confiava, pelo que foi levada para uma “casa segura” enquanto esperava que o seu pedido de asilo fosse processado.
Os casos fizeram com que surgissem pedidos de uma acção urgente por parte do Ministério do Interior para resolver “as falhas sistémicas na protecção de mulheres e crianças contra a violência sexual em alojamentos de asilo”. Ciara Bergman, directora executiva da Rape Crisis, afirmou que todos os casos são um “escândalo”.
Contactado pelo jornal britânico, o Ministério do Interior não forneceu qualquer número de denúncias de violência sexual em alojamentos de asilo. Também houve recusa quanto a divulgação de informação sobre o número de funcionários acusados de má conduta sexual ou do número de funcionários despedidos em consequência disso.
Com MadreMedia