O multimilionário John Paulson prevê que o ouro atinja um novo máximo histórico de 5 000 dólares até 2028, devido à crescente compra do metal. Em entrevista, o magnata partilhou esta visão e garantiu avançar com projetos de mineração nos Estados Unidos.
Esta semana, o ouro voltou a atingir um novo máximo, subindo dos 3 500 dólares por onça atingidos na última semana. O Deutsche Bank, banco alemão, prevê o ouro a custar 3 700 dólares por onça até 2026.
O magnata Paulson é o maior acionista da Perpetua Resources, empresa que desenvolve um projeto de ouro e antimónio em Idaho. Recentemente, comprou 40% de participação na NovaGold, envolvida no projeto Donlin, no Alasca, em parceria com a Barrick Gold.
«Quando a guerra começou, a Rússia manteve o seu ouro físico, que estava seguro, mas todas as reservas em papel foram confiscadas», apontou. «Isso levou outros bancos centrais a perguntar-se: ‘E se houver um conflito com os EUA? Eles poderiam congelar os nossos ativos?», completa.
Paulson também aponta a incerteza económica e políticas protecionistas dos EUA estão a transformar o outro em reserva de valor. «Se a confiança no dólar americano diminuir, o ouro será o refúgio natural», explica.
O projeto Perpetua tem licença federal e tenta, agora, garantir financiamento do Banco de Exportação e Importação dos EUA, com o apoio da anterior administração Trump. A produção de ouro no local garante o fornecimento de antimónio ao Departamento de Defesa dos EUA, para fabrico de munições, já que a China bloqueou as exportações do metal para o país.
O projeto colabora com a Sunshine Silver & Refining, financiada pelo Electrum Group, de Thomas Kaplan, a construir uma refinaria que irá cobrir 40% da procura de antimónio dos EUA.
Pelo Alasca, Paulson aponta o Donlin, com custos operacionais a rondar os 1 000 dólares por onça. O bilionário e o Electrum Group também investem em outras iniciativas de mineração no estado, como a International Tower Hill e na Trilogy Metals.