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CULTURA E PATRIMÓNIO

CULTURA E PATRIMÓNIO -
Municípios de Amares, Braga e Terras de Bouro iniciam processo de certificação do Caminho da Geira

Os municípios de Amares, Braga e de Terras de Bouro, em parceria com três comunidades intermunicipais da região Norte, vão «iniciar o processo de certificação do Caminho da Geira e dos Arrieiros (CGA), comprometendo-se, nesse contexto, a criar as infraestruturas de apoio necessárias aos peregrinos».

A certificação do CGA – que foi percorrido por cerca de mil pessoas no ano passado – é «importante enquanto itinerário de Fé e para o desenvolvimento económico e cultural, constituindo também mais uma resposta à procura deste género de percursos que tem crescido nas duas últimas décadas», referiu o presidente da Câmara de Terras de Bouro, Manuel Tibo, no passado sábado, dia 11, em reunião com a comissão instaladora da Associação Transfronteiriça do Caminho da Geira e dos Arrieiros (ATCGA).

O «CGA é importantíssimo» para o município de Terras de Bouro e «certamente também para Amares, Braga e Melgaço», reforçou Manuel Tibo durante o encontro, em que participaram ainda o adjunto do presidente da Câmara de Braga, António Barroso, e o presidente da União das Freguesias de Caldelas, Sequeiros e Paranhos (Amares), José Manuel Almeida.

Na prática, as câmaras de Terras de Bouro, Amares e de Braga já têm um percurso comum em matéria de certificação, em parceria com a Universidade do Minho, no caso da candidatura da Via Nova a Património da UNESCO, que é Monumento Nacional desde 2012. Agora, os três municípios têm uma «equipa que vai iniciar o processo para a certificação do GGA», em conjunto com três comunidades intermunicipais (CIM) da Região Norte, adiantou Manuel Tibo.

«ÂNCORA ENTRE BRAGA E SANTIAGO DE COMPOSTELA»

As CIM do Ave, Alto Minho e do Cávado estão envolvidas no Programa de Valorização Económica dos Recursos Endógenos (PROVERE), que prevê a «atribuição de fundos comunitários e em que o projecto de certificação do CGA encaixa na perfeição».

Segundo o autarca, «existe uma âncora entre Braga e Santiago de Compostela, que são as duas referências maiores» do CGA, «sem retirar qualquer mérito aos outros municípios», a que acresce o facto de «atravessar um dos patrimónios naturais mais relevantes da Península Ibérica e da Europa, e percorrer a Via Nova».

ALBERGUE EM TERRAS DE BOURO

O Município de Terras de Bouro tem prevista a «instalação de um albergue na Casa de Latim, em Covide». O processo está «adiantado», segundo Manuel Tibo, que considera «com sentido fazer coisas, mas articuladas entre as diversas entidades envolvidas» e que «entrará em funcionamento quando estiverem reunidas as condições necessárias».

Para o adjunto do presidente da Câmara de Braga, a reunião da comissão instaladora da “ATCGA”, em que participaram ainda peregrinos e associações suas representantes, incluindo as galegas “Codeseda Viva” e “Plataforma Beran no Caminho/ACJMR”, bem como o irmão maior da Arquiconfraria Universal do Apóstolo Santiago, Manuel Rocha, «mostra que estamos empenhados e queremos levar o processo de certificação do CGA para a frente».

«Para Braga e a região é importante tudo aquilo que possa ser feito para criar atractividade no território», disse António Barroso, adiantando que «os municípios estão empenhados na manutenção, criação de albergues, ajustes de menus com os restaurantes, ou seja, tudo aquilo que são os serviços importantes para os peregrinos».

CERTIFICAÇÃO DO CAMINHO E FORMALIZAÇÃO DA ASSOCIAÇÃO

No decorrer da reunião da “ATCGA” foram debatidos outros temas, nomeadamente a «forma como a associação poderá contribuir para a certificação do caminho, colocando-se ao dispor e estabelecendo no imediato contactos com as entidades que conduzem o processo», adiantou o porta-voz da comissão instaladora, Carlos Ferreira.

«Em simultâneo estão a ser dados os passos finais para a formalização legal da associação, que já tem definidos os seus estatutos e regulamento. Em breve o processo estará concluído, encontrando-se a associação, de direito português, aberta a participação de pessoas individuais e coletivas, portuguesas ou estrangeiras, empenhadas na defesa do Caminho da Geira e dos Arrieiros, e do Caminho de Santiago de uma forma mais ampla», explicou Carlos Ferreira.

CAMINHO DA GEIRA E DOS ARRIEIROS

O Caminho da Geira e dos Arrieiros começa na Sé de Braga e passa pelos municípios de Amares, Terras de Bouro, Castro Laboreiro e Melgaço, entrando na Galiza pela Portela Homem. Nos últimos seis anos foi «percorrido por mais de três mil peregrinos, um terço dos quais em 2022,  sobretudo de Portugal e Espanha, mas também de Itália, Inglaterra, Alemanha, Croácia, Ucrânia, Rússia, Polónia, Brasil, EUA, Austrália ou Países Baixos».

Este itinerário foi apresentado em 2017 em Ribadavia (Galiza) e Braga, reconhecido pela Igreja em 2019 e em publicações da associação de municípios transfronteiriços Eixo Atlântico (2020) e do Turismo do Porto e Norte de Portugal (2021), e foi um itinerário oficial da Peregrinação Europeia de Jovens do Ano Santo Jacobeu 2021/22.

O percurso tem 240 quilómetros e destaca-se por incluir patrimónios únicos no mundo: a Geira Romana, a via do género mais bem conservada do mundo, e a Reserva da Biosfera Transfronteiriça Gerês-Xurés. Além disso, o seu traçado é um dos escassos cinco que ligam diretamente à Catedral de Santiago de Compostela.

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