A ministra da Defesa Nacional defendeu esta quarta-feira que a construção de seis navios-patrulha oceânicos “reforçará as capacidades nacionais no mar”, dando o exemplo do NRP Viana do Castelo, que regressou a Portugal após 75 dias em missão.
“A construção de mais seis navios-patrulha oceânicos certamente reforçará as capacidades nacionais no mar. (…) Ultrapassado que está o impasse na definição do modelo de gestão, conforme a decisão tomada pelo Governo há uma semana, este programa estruturante para a Marinha irá assim prosseguir”, declarou Helena Carreiras.
A governante discursava esta quarta-feira na Base Naval de Lisboa, em Almada, no âmbito da cerimónia de recepção do navio NRP Viana do Castelo, que esteve numa missão de 75 dias no mar Mediterrâneo, em que resgatou migrantes e desactivou uma mina da Segunda Guerra Mundial.
Perante os 66 militares que embarcaram no NRP Viana do Castelo, Helena Carreiras salientou que “a conclusão bem-sucedida de mais uma missão exigente do Viana do Castelo mostra como estes meios são fundamentais para cumprir os objectivos políticos traçados pelo Governo”.
Em declarações aos jornalistas depois da cerimónia, o comandante do NRP Viana do Castelo, capitão-de-fragata Ricardo Sá Granja, destacou que os navios-patrulha oceânicos têm uma “capacidade modular” que lhes “permite fazer uma série de atividades”, sendo essa a sua “mais-valia” para a Marinha.
“É um navio concebido primariamente para a busca e salvamento, para ser utilizado aqui no nosso território, mas permite, ao mesmo tempo, ser utilizado em outras tarefas mais militares”, indicou, dando o exemplo da “pesquisa de minas” ou da “patrulha e vigilância de espaços marítimos”.
Prova disso, nos seus 75 dias de missão no mar Mediterrâneo – em que integrou a missão da NATO ‘Standing Mine Counter Measures Group 2’ -, o NRP Viana do Castelo apoiou a guarda costeira italiana no resgate de 55 migrantes a bordo de um veleiro no mar Jónico e desavtivou uma mina da Segunda Guerra Mundial, “com mais de 500 quilogramas de explosivos”, que estava a 80 metros da costa grega e a 50 metros de profundidade.
O NRP Viana do Castelo esteve mais de dois meses no mar Mediterrâneo no âmbito das ‘Enhanced NATO Response Force 2022’ da Aliança Atlântica, tendo 66 militares embarcados, designadamente “uma equipa de o pelotão de abordagem do Corpo de Fuzileiros”, outra do “Destacamento de Mergulhadores Sapadores n.º 3” e ainda “uma equipa médica especializada em medicina subaquática e hiperbárica”.
Este navio, que faz parte do efectivo da Marinha desde Dezembro de 2010, pertence à classe ‘Viana do Castelo’, precisamente a classe de navios-patrulha oceânicos que o Governo pretende agora construir.
Segundo o comunicado do Conselho de Ministros divulgado na semana passada, o executivo decidiu a “prossecução da execução do programa de aquisição de seis navios-patrulha oceânicos (NPO) da classe ‘Viana do Castelo’ destinados à Marinha Portuguesa”.