O ano climático de 2024 revelou-se, na região do Minho, mais quente e moderadamente mais chuvoso. Estas são as conclusões da análise do Centro de Estudos Climáticos do MeteoFreixo, em Ponte de Lima.
Segundo o gráfico termopluviométrico do ano que está a terminar, agosto foi o único mês seco mas, no entanto, o final do ano e a época de primavera apresentaram pluviosidade muito abaixo do normal para a região.
Em contrapartida, o primeiro trimestre do ano e o mês de outubro foram muito chuvosos, revelando valores superiores a 250 mm. No trimestre, destaca-se março com cerca de 400 mm.
«Podemos afirmar que o regime de pluviosidade foi bastante irregular, fugindo ao padrão habitual. Ainda assim, tivemos um acumulado anual superior (+37%), o que permite ter reservas hídricas interessantes nas albufeiras», explica o relatório.
2024 foi um ano mais quente do que o habitual
Em análise mais detalhada, 2024 foi mais quente do que é comum, já que janeiro, fevereiro, abril e novembro foram demasiado quentes para a sua época, contando todos com desvios superiores a 2,5 graus.
«Na análise do termograma e pluviograma, já sublinhámos o regime irregular da precipitação, com março a ser muito chuvoso e este final de 2024 a registar uma pluviosidade abaixo do esperado. Quanto ao termograma, é necessária uma reflexão mais atenta, pois, além de termos tido um ano globalmente mais quente, os desvios acentuados de alguns meses, com temperaturas muito superiores ao normal, são motivo de preocupação», aponta o relatório.
Os meses de janeiro, fevereiro, abril, outubro e novembro apresentaram temperaturas médias muito superiores ao habitual.
Entre 2018 a 2024, a região do Minho regista temperaturas médias anuais mais elevadas, acompanhando a tendência do aquecimento global, diz ainda o relatório. Este fenómeno segue o panorama nacional.
A região do Minho teve, em 2024, uma temperatura média de 16 graus, traduzindo-se em +1,0 grau acima do normal.
A região do Minho já conta com três anos consecutivos de uma pluviosidade abundante, com desvios positivos superiores a 35%. Este fenómeno, segundo o relatório, permite um maior encaixe de produção hidroelétrica e um abastecimento doméstico e agrícola estável.