Opinião de João Ferreira
Independentemente da época do ano ou do local geográfico onde nos encontramos ou para onde vamos viajar, existe uma variedade enorme de riscos, ambientais, tecnológicos ou mistos.
O Planeta está em constante mudança – segundo os peritos, mudança acelerada pela mão humana. Poderemos hoje em dia não ser objectivos quanto às estações, não fazer jus a alguns ditados populares como por exemplo em “Abril águas mil” ou“ Setembro molhado, figo estragado”. O “Borda de água” já não é tão fiel assim.
As alterações climáticas são uma incógnita. Não há dúvidas que elas existem e que nos próximos anos vamos sentir fenómenos meteorológicos não tão comuns de forma mais frequente.
Olhamos para o nosso território nacional e, tal como um pouco por toda a Europa e Mundo, não importando se somos um país de 1ª ou 3ª vemos que a preparação, a resiliência e percepção que por vezes pequenos gestos, pequenas mudanças fazem a diferença quanto à perda de vidas, bens ou ambiente. Vimos recentemente grandes potências a sofrerem perdas irreversíveis devido a alguns fenómenos meteorológicos. Estariam menos preparados, adaptados, o serviço de alerta funcionou correctamente, ou “só acontece aos outros”?
Mesmo com muitas mudanças climáticas entramos num mês tendencialmente quente e seco. Um período que nos faz crescer dois grandes riscos, claro sem nunca esquecer os Incêndios Rurais, mas lidamos agora com potenciais Secas e Ondas de Calor.
Como já partilhado aqui por profissionais de saúde, para lidar com as ondas de calor, acima de tudo hidrate-se, tenha atenção aos mais vulneráveis como crianças e idosos e proteja-se do sol.
Relativamente à Seca, uma catástrofe natural caracterizada pela escassez de água. Pode ser distinguido entre secas meteorológicas (climáticas e hidrológicas), agrícolas e urbanas. Na perspectiva da Proteção Civil, a seca caracteriza-se pelo défice entre as disponibilidades hídricas do País e as necessidades de água para assegurar o normal abastecimento público. Pode acompanhar a Monitorização da Seca e outros índices de agravamento no site do Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA), sendo que cabe à Agência Portuguesa do Ambiente (APA) a responsabilidade pela previsão e detecção de secas.
Como conselhos úteis para evitar/superar períodos de escassez de água, as acções passam pelo comportamento a adoptar no uso e consumo de água.
São alguns pequenos gestos que podem mitigar a escassez de água como: nos momentos de higiene (lavar dentes, banho), não mantenha sempre a torneira aberta; reduza a capacidade do seu autoclismo para pequenas descargas; regue em momentos mais frescos para manter a água no solo e nem todas as plantas precisam de iguais quantidades; reutilize água para o autoclismo; reserve águas da chuva para regas; mantenha a piscina coberta de um ano para o outro.
Aproveite o bom tempo para limpar os caleiros, sarjetas e preparar-se desta forma para os dias chuvosos, tomando uma atitude proactiva e não reactiva. E lembre-se somos todos Proteção Civil e o cidadão é o principal agente.