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Onde nasceu afinal Gualdim Pais?

Amares é terra de gente cheia de boas histórias, além das estórias que são da nossa matriz histórica e cultural.De um passado recente as histórias são preocupantes, sempre que de cultura e tradição estamos a falar.

Não é de hoje, nem de ontem, que se reclama dignidade para alguns dos nossos ícones, respeitando e valorizando um povo, através dos seus mais ilustres antepassados.

Num passado recente foi notícia de jornal a contenda que opôs os Amarenses aos Barcelenses a propósito de umas jornadas de homenagem a D. Gualdim Pais, nas quais alguém pensou (pelo menos parece) colocar Amares à margem da homenagem ao nosso Mestre Templário.

Não posso deixar de destacar o desempenho sofrível, de mera reação diplomática, por parte do pelouro da cultura do Município de Amares. Mas não bastando a reação branda, o Município de Amares organizou o encerramento das ditas Jornadas Gualdinianas, improvisado diplomaticamente, mas de uma pobreza confrangedora, a vários níveis.

Contudo, segundo se lê nos jornais, os responsáveis autárquicos rejubilaram com mais uma inauguração, com as criancinhas a aplaudir o Mestre Templário. Sintomático! É este o conceito de homenagem (ou auto-homenagem) que o pelouro da cultura se habituou a trabalhar nos últimos anos.

Sobre a origem de D. Gualdim Pais que motivou esta polémica (lembro que a história admite o seu nascimento em Amares), o pelouro da cultura em Amares saiu de fininho.

Foi confrangedor assistir em Amares a uma conferência (já agora, reflitam o porquê da sala vazia) onde Barcelenses defendiam com unhas e dentes o nascimento do nosso Guerreiro em Barcelinhos. O cúmulo da displicência foi ouvir o Sr. Presidente da Câmara referir no seu discurso que D. Gualdim Pais nasceu no Minho, tentando branquear o mal que o seu “pessoal de confiança” já tinha feito. Pois… não tem outro remédio, se quer ser solidário com uma política cultural desastrosa que promoveu. É que quando não se honra os nossos, nada como desvaloriza-los para não parecer mal.

Na conferência, do mal o menos, apesar das incertezas dos académicos quando à tese de Amares, muito pouco explorada (não sei se propositadamente), veio alguém da Póvoa de Lanhoso desmontar de alto a baixo a tese dos Barcelenses. Boa!

Posto isto, considero que há espaço para viver o vinho verde, as francesinhas, os bolinhos de bacalhau, as papas, as corridas e outros eventos, desde que não descuremos a nossa matriz cultural. E em Amares o pelouro da cultura anda a desprezar o nosso passado!

É que enquanto se distraem a descerrar placas, nas mesas fartas e nos bailaricos, os outros trabalham: Barcelos reclama Gualdim Pais, Braga dedica um ano inteiro a homenagear Variações e Vila Verde eleva com homenagem Francisco de Sá de Miranda!