Em Braga, no tradicional jantar de Natal do PCP, o diretor regional da DOR-Braga dos comunistas acusou os deputados de PSD, PS, Chega e IL eleitos por Braga de «pseudo ataque de amnésia». João Batista referia-se ao fato de «ao chegarem a Lisboa, esquecem os compromissos assumidos com a população da região».
Numa jornada de convívio e partilha – que juntou João Oliveira, membro da Comissão Política do Comité Central do PCP e deputado ao Parlamento Europeu, e Inês Rodrigues, da Direcção Nacional da JCP – o dirigente regional lembrou «a ligação ferroviária Braga – Guimarães, a construção de nova ala cirúrgica do Hospital de Braga, o novo passe inter-regional e intermodal, a conclusão da Variante do Cávado. «Reivindicações que têm merecido a aprovação no plano local por estes partidos, depois são rejeitadas na Assembleia da República, como aconteceu esta semana com a reprovação das respectivas propostas apresentadas pelo Grupo Parlamentar do PCP na Assembleia da República», referiu o dirigente.
O eleito da CDU no município de Braga abordou ainda a tentativa de «veto de secretaria» que está a acontecer à reposição das freguesias extintas no concelho de Braga confrontado a vontade das populações e dos órgãos autárquicos.
Inês Rodrigues saudou a luta dos jovens estudantes e trabalhadores. A jovem comunista referiu ainda que o Congresso da JCP vai a realizar-se a 17 e 18 de Maio, sob o lema “Nas nossa mãos o mundo novo”, mostra que a juventude tem Partido e está organizada, com força e coragem, para intervir no mundo de hoje.
JOÃO OLIVEIRA E OS CHUMBOS DO GOVERNO
Coube a João Oliveira fazer a intervenção de encerramento. O dirigente do PCP destacou a Importância da acção e da iniciativa do seu partido no momento difícil que atravessa o país, no momento grave e perigoso que vive o mundo.
O agravamento da guerra, com genocídio na Palestina, a escalada na Ucrânia com o risco de confrontação directa entre potências nucleares, decorrente também da decisão do Parlamento Europeu e dos governos dos países que integram a UE alimentar essa escalada, foram destacados, a par da situação económica mundial e nacional, «marcada pela agudização das desigualdades e injustiças, da pobreza e da exclusão social».
João Oliveira referiu que as pessoas «sabem pela sua própria vida que os salários e as pensões são baixos e que a vida está difícil».
«Esta 6ªfeira, enquanto os trabalhadores à porta da Assembleia da República justamente exigiam salários, direitos, respeito, carreiras e profissões, lá dentro no hemiciclo era aprovado o Orçamento do Estado», lembrou.
Para o eurodeputado comunista, o Orçamento «devia responder às necessidades dos trabalhadores e do povo, esses que criam a riqueza e põem o Pais e a economia a funcionar. O Orçamento devia garantir dignidade a quem trabalhou uma vida inteira. O Orçamento aprovado não serve essa maioria social mas sim a pequena minoria de exploradores e dos grupos económicos».
Lembrou que PSD, CDS e PS «chumbaram o aumento das pensões em 5%, no mínimo de 70 euros para mais de 2 milhões de reformados e pensionistas, mas aprovaram a entrega de 1800 milhões de euros em benefícios fiscais a um punhado de empresas». E foi mais longe: «chumbaram o acesso à reforma sem penalizações ao fim de 40 anos de trabalho e descontos, mas nem pestanejam em prosseguir com as criminosas privatizações e a entrega de empresas estratégicas ao capital estrangeiro. Chumbaram a redução das prestações ao banco e das rendas tal como o reforço da oferta pública de habitação mas aprovaram 1700 milhões de euros de benefícios para os residentes não habituais. Não só chumbaram a vinculação de trabalhadores precários na administração publica, e o aumento do subsidio de refeição, como consagraram a regra de nem mais um trabalhador para reforçar os serviços públicos. Chumbaram a criação da rede pública de creches, o aumento e a universalidade do abono de família, mas aprovaram mais de 1500 milhões para entregar aos concessionários das parcerias público privadas. Chumbaram a dedicação exclusiva de profissionais mas aprovaram o desvio de cerca de metade do orçamento do SNS para os grupos económicos privados que fazem da doença o seu principal negócio. Chumbaram a redução do IVA para 6% na electricidade, telecomunicações e no gás com o que isso significaria na vida da maioria da população, chumbaram a fixação da bilha de gás para 20 euros, mas lá se juntaram para mais uma escandalosa redução do IRC que vai direitinha para as grandes empresas».
João Oliveira destacou a realização do XXII Congresso do PCP, que terá lugar nos próximos dias 13, 14 e 15 de Dezembro.
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