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Politécnico de Viana do Castelo distribui 10 mil garrafas reutilizáveis e cria nove estações de reenchimento no início de ano lectivo

No início do próximo ano lectivo, o Instituto Politécnico de Viana do Castelo (IPVC) vai distribuir 10 mil garrafas reutilizáveis e criar nove estações de reenchimento. O Projecto piloto “Refill H2O”, coordenado pelo investigador do IPVC, António Curado, vai «retirar, anualmente, das seis Escolas Superiores do IPVC, mais de uma tonelada de garrafas plásticas de utilização única. O Projecto vai ser ainda divulgado junto das escolas secundárias do Alto Minho e de outras instituições da região que tenham interesse».

PROJECTO

O projecto “Refill H2O” foi considerado o melhor entre as 24 candidaturas ao Programa “ambiente, alterações climáticas e economia de baixo carbono”, promovido pelo Ministério do Ambiente e da Acção Climática (MAAC), tendo um financiamento de «140.349,64 € para a redução do lixo marinho». 

«Já temos contrato assinado para a fabricação das garrafas reutilizáveis e das estações de reenchimento. Vamos produzir 10 mil garrafas e vamos produzir nove estações, oito fixas para instalar nas escolas e nas residências e uma móvel para fazer a divulgação do equipamento nas escolas secundárias do Alto Minho e instituições da região que tenham interesse pelo projeto», explicou António Curado, garantindo que o projecto vai ser lançado no início do próximo ano lectivo.

O IPVC conta com o parceiro “New Water Product” (NWP), que é o responsável, depois da fase de conclusão da data de execução do projecto, de fazer a «promoção da solução desenvolvida nas outras instituições de ensino superior». 

«Este parceiro está a desenvolver uma estação à medida do IPVC e dos nossos requisitos de utilização, do ponto de vista das características da água dispensada e da comunicação da estação de reenchimento com a nossa plataforma dos SAS», explicou o coordenador, referindo que  o SAS Social tem uma plataforma nova online que irá permitir ao aluno/colaborador encher a garrafa usando um chip que está incorporado na máquina que comunica quer com a garrafa quer com o cartão do aluno/colaborador envolvido. «Esse caderno de encargos de requisitos fomos nós que o desenhamos e o parceiro está a desenhar a estação com base nos nossos requisitos», assegurou.

Com o arranque do ano lectivo, o IPVC vai instalar as estações de reenchimento nos locais escolhidos em cada escola e residência. A divulgação e as acções de sensibilização junto das escolas secundárias ficam a cargo da ÁREA Alto Minho – Agência Regional de Energia e Ambiente do Alto Minho, que também é co-promotor do projecto.

GARRAFA COM A FORMA DE UMA ORCA EM FASE DE REGISTO DE PATENTE

A anunciada garrafa em forma de orca também vai avançar, mas não agora. «Esta garrafa obedece a custos de fabricação mais elevados, já que se trata de um objecto de design, e estamos na fase de registo da patente», anunciou António Curado.

A garrafa, projecto desenvolvido por alunos do curso de Mestrado em Design Integrado da Escola Superior de Tecnologia e Gestão, será lançada «mais à frente», até porque «o desenvolvimento da garrafa não era compatível com os timings do projecto».

Neste momento, esta garrafa já tem empresas interessadas na sua divulgação e colocação no mercado.

De destacar que a ideia de uma orca surgiu pelo facto de se tratar de um dos animais marinhos que mais sofre com a poluição dos oceanos, especialmente pelo excesso de plástico existente.

MUDANÇA NA PRODUÇÃO E CONSUMO DE PLÁSTICO 

O coordenador do Projecto “Refill H2O IPVC” lembrou que «as instalações do IPVC são frequentadas anualmente por mais de 5000 alunos das mais diferentes faixas etárias, nas quais são consumidas anualmente cerca de 51000 garrafas plásticas de 0,50l e 15000 garrafas plásticas de 1,50l. Este consumo resulta na produção de 1215Kg de resíduos plásticos».

António Curado sublinhou ainda que segundo dados da PORDATA, no ano 2018, «existiam no Alto Minho aproximadamente 38139 alunos, estimando-se assim que a replicação por todos os estabelecimentos de ensino neste território iria reduzir, anualmente a produção de 9268 kg de plástico».

Estes números vão ao encontro do recente relatório do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA), Breaking the Plastic Wave.  «Actualmente, 11 milhões de toneladas de plástico são despejados nos oceanos, todos os anos, sendo o equivalente a um camião de lixo a cada minuto.  Se as políticas actuais se mantiverem, os resíduos sólidos urbanos de plástico deverão duplicar até 2040, o plástico despejado nos oceanos deverá quase triplicar e a quantidade de plástico nos oceanos poderá vir mesmo a quadruplicar até esta data», pode ler-se no relatório.

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