O cancro colo-rectal é a doença mais comum na Europa e o terceiro cancro mais comum no mundo, representando cerca de 13% de todos os cancros.
A maioria dos cancros colo-rectais está localizada no cólon, sendo pois designados por cancro do cólon e representam 9% de todos os cancros na Europa. Cerca de um terço dos cancros colo-rectais localizam-se apenas no recto, sendo estes designados por cancro rectal.
O cancro colo-rectal é mais frequente nos homens do que nas mulheres. Em Portugal, cerca de 1 em cada 20 homens e 1 em cada 35 mulheres irá desenvolver cancro colo-rectal em algum momento da sua vida. Em geral, a frequência do cancro colo-rectal é superior nas regiões mais industrializadas e urbanizadas.
A maioria dos doentes com cancro colo-rectal tem mais de 60 anos aquando do diagnóstico, sendo que o cancro rectal é raro em pessoas com idade inferior a 40 anos.
Os sintomas de cancro colo-rectal não são exclusivos, podendo aparecer noutras doenças, pelo que a presença destes sintomas não significa que exista já cancro colo-rectal, recomendando-se no entanto a procura dos cuidados de saúde. Deverá assim estar atento se tiver os seguintes sintomas: diarreia ou prisão de ventre, sensação de que o intestino não ficou totalmente vazio depois de evacuar, sangue nas fezes, consistência diferente das fezes, dor ou desconforto por cólicas, súbita perda de peso sem razão aparente, enorme cansaço sem causa aparente e náusea ou vómitos.
Até à data, ainda não se sabe ao certo porque ocorre este tipo de cancro. Foram identificados alguns fatores de risco, como o envelhecimento, regime alimentar, sedentarismo, diabetes, obesidade, tabagismo e historial prévio ou familiar. Em sentido oposto, fatores como a adoção de hábitos de vida saudáveis, um regime alimentar rico em vegetais, frutas e produtos integrais e o aumento da atividade física, podem ter um efeito protetor contra o desenvolvimento do cancro colo-rectal.
No âmbito do Programa Nacional para as Doenças Oncológicas, a Direção-Geral da Saúde encontra-se a convocar os utentes entre os 50 e os 74 anos de idade para o rastreio do cancro colo-rectal, a nível nacional. Este rastreio consiste na realização de um teste primário com pesquisa de sangue oculto nas fezes, na população assintomática e sem outros fatores de risco. Em caso positivo, é proposta a realização de colonoscopia.
Possivelmente o leitor, se se encontra naquelas idades, poderá já ter recebido carta de sensibilização e convocatória para este rastreio. Se for o caso, importa que abrace esse desafio com toda a confiança, porquanto o rastreio tem um impacto significativo na redução da incidência e da mortalidade deste tipo de cancro. Com efeito, o rastreio diminui a mortalidade por cancro colo-rectal em aproximadamente 16%.
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