O projeto ´Otimização da Rede de Ciclismo de Braga (BCNO)´, uma iniciativa conjunta do município e do Automóvel Clube de Portugal (ACP), foi aprovado para financiamento no âmbito do programa ‘Subsídios para a Mobilidade Segura e Sustentável’ da Fundação FIA, anunciou esta quarta-feira em comunicado.
Com início previsto para julho e execução até junho do próximo ano, “esta distinção reconhece o mérito de um consórcio que alia a visão política estratégica do município sobre mobilidade urbana sustentável – e a sua articulação com os instrumentos de planejamento em vigor – à experiência e capacidade técnica do ACP na promoção da segurança e sustentabilidade na mobilidade”.
A proposta, desenvolvida em colaboração com a empresa Factual, através da tecnologia ´Lane Patrol´, visa requalificar a rede ciclável da cidade com base em evidência técnica, percursos reais dos utilizadores e metodologias inovadoras de avaliação de risco.
“Esta aprovação é um sinal claro de confiança no trabalho que Braga tem vindo a desenvolver na área de mobilidade sustentável. Representa também um estímulo para continuarmos a apostar numa cidade mais amiga das pessoas. A rede ciclável tem um papel essencial na nossa estratégia de mobilidade, e este projeto útil a consolidar com base em evidência técnica e contribuição direta dos utilizadores”, afirma Olga Pereira.
A vereadora refere que o projeto surge como “uma resposta concreta às necessidades específicas no terreno e dá continuidade ao trabalho iniciado com os projetos europeus de Bicificação e Reatividade, onde milhares de trajetórias realizadas em bicicleta foram registradas e aplicadas”, acrescentando que o BCNO pretende transformar essa informação em ação, corrigindo falhas de ligação, melhorando a segurança e tornando a rede ciclável mais atrativa e consistente.
IDENTIFICAÇÃO DE VULNERABILIDADES
Uma das ferramentas centrais do projeto será a aplicação da metodologia ´CycleRAP´, que permite avaliar de forma rápida, acessível e sem necessidade de dados de sinistralidade os riscos associados às infraestruturas cicláveis e viárias.
O ´CycleRAP´ identifica os pontos de maior vulnerabilidade para ciclistas e usuários de mobilidade suave com base em fatores como o traçado da via, a velocidade do tráfego, as condições do piso, a existência (ou ausência) de separação física entre modos e a presença de interseções complexas.
No caso de Braga, a sua utilização permitirá classificar cada segmento da rede ciclável de acordo com o seu nível de risco, auxiliando na definição de prioridades de intervenção.
“Esta abordagem objetiva e baseada em critérios técnicos será essencial para tornar a rede mais segura e eficiente, especialmente em zonas onde há maior volume de utilizadores e coexistência entre diferentes modos de transporte”, diz Olga Pereira.