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OPINIÃO -
Santo Sudário

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Opinião de Marco Alves

 

Fui batizado, logo sou católico. Apesar de não ser um praticante devoto, mantenho a fé e crença, tenho preferência em referi-Lo como Universo. Há dias, em viagem de lazer, consegui finalmente estar presente na catedral de Turim, onde se encontra um marco importante da religião católica. O Santo Sudário, peça de linho que terá envolvido Cristo após a crucifixão.

O Sudário foi levado como relíquia e pensa-se que, entre os anos 40 e 50 do século I, se encontrava em Urfa, Entre 525 e 544, terá sido levado para Constantinopla, por ordem do imperador romano Lecapeno. Desapareceu em 1204 durante uma cruzada, e voltou a aparecer em 1357 numa igreja nos arredores de Paris, pensando-se que terá pertencido à família de Godofredo de Charny, cavaleiro dos Templários. Confiscado em 1357 pela Casa de Saboia, foi aí danificado por um incêndio em 1532. A partir de 1694 este pano ficou guardado num relicário da Capela dos Duques da Saboia em Turim, até que em 1983, o exilado rei Humberto oferece-o ao Papa.

Peça de puro linho, foi confecionada em tear manual, com técnicas de fiação utlizadas na época de Cristo e apresenta gravado marcas de um corpo de homem. As primeiras fotografias do Sudário foram tiradas, em 1898, pelo fotógrafo Secondo Pia, que descobriu que nas respetivas chapas negativas, estava impressa uma imagem mais real e nítida do que aquela gravada no pano. Uma possível explicação para a formação da imagem é a reação pela qual os gases libertados pelo cadáver, reagem com a fina camada de celulose das fibras de tecido. Para as marcas não serem cobertas por outras manchas, seria preciso que o corpo fosse retirado do pano antes de começar a decompor-se, hipótese que se sustenta na ressurreição, relatada na Bíblia.

Nas pesquisas não foram detetados vestígios de tinta, mas sim de sangue, do tipo AB, considerado raro entre os europeus e comum entre os judeus. Além disso, as marcas estão presentes apenas numa camada superficial do pano, o que indica que nenhuma técnica de pintura medieval seria capaz de reproduzir.

Em 1988, o Sudário foi submetido ao teste com carbono 14 – um método para descobrir a data em que o material foi produzido. O resultado indicou para data entre 1260 e 1390, mas após novas pesquisas, chegaram à conclusão que resíduos do incêndio de 1532, foram causadores da possível falha na data.

Em 2009, arqueólogos descobriram, no cemitério de Jerusalém, uma tumba do seculo I com fragmentos de panos usados para cobrir os mortos da cabeça aos pés, como o Sudário. A descoberta apoia a tese, até então sem suporte arqueológico, de que isso fosse um costume judaico da época.

“Se o homem vive é porque acredita em alguma coisa.”

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