Podemos encarar a vida humana como uma corrida de obstáculos e de longo curso, começando na luta por um lugar ao sol, iniciando a nosso percurso, no interior da barriga da nossa mãe, numa luta pela conquista para a fecundação, ultrapassando variadíssimos obstáculos, sem desanimar nem perder o entusiasmo.
Após a fecundação, e após nove meses, nasceu um novo ser, que nascendo pequeno, frágil, vai crescer, aprender, lutar, persistir, numa luta constante para continuar a conquistar o seu lugar na sociedade, cooperando num sistema capaz de fazer a diferença e acrescentar valor à sua vida e à vida em sociedade.
Assim, a vida é feita de aprendizagem, na medida em que estamos sempre a começar quase do zero, quando iniciamos um novo curso, um novo emprego, uma nova posição de trabalho, uma nova função, uma nova realidade ou novas circunstâncias, tal como nas palavras de Abraham Lincoln “O êxito da vida não se mede pelo caminho que você conquistou, mas sim pelas dificuldades que superou no caminho.” Já Fernando Savater afirmou que “Cada escolha livre determina decisivamente a orientação das nossas escolhas futuras e isso não é argumento contra a liberdade mas sim motivo para tomá-la a sério e ser responsável.”
Vivendo nós, numa fase difícil para toda a humanidade, nova e nunca vista anteriormente, colocando à prova a nossa capacidade de nos proteger, de nos reinventar, de refletirmos sobre o modo de viver em sociedade e tal como afirmou Fernando Pessoa “Pedras no meu caminho? Guardo-as todas, um dia vou construir um castelo.”
Estamos num tempo de reflexão, de auto-conhecimento, de aprendizagem individual e de crescimento humano, precisamos de encontrar novas formas lidar com os novos desafios ao nível da saúde individual e coletiva, ao nível das novas formas de trabalho, na reorganização da conciliação da atividade laboral, vida pessoal e vida em coletividade, na procura constante do bem estar pessoal e social, na procura da equidade entre a vida em sociedade e o equilíbrio ambiental. Precisamos de compreender o pensamento de Lao-Tsé “Quem conhece os outros é sábio; / Quem conhece a si mesmo é iluminado.”
Neste sentido, a iluminação consiste em conhecer-se a si mesmo, pois somos um mundo em nós mesmos, na medida em que “somos o resultado do nosso pensamento”, e nos nossos pensamentos transportamos todo o nosso ser, toda a nossa existência. E tendo em consideração os obstáculos, as dificuldades, os desafios que encontramos e à medida em que crescemos, aprendemos e evoluímos, precisamos de “reprogramar a nossa mente” repensar aquilo que fazemos plantando um novo, pensamento, adquirir um novo hábito, obter um carácter relevante, para poder encontrar um novo destino, ou como afirmou Sócrates“Conhece-te a ti mesmo e conhecerás o universo e os deuses.”