As obras de conservação e restauro da Igreja Matriz de Santa Marinha de Vilar, Terras de Bouro, revelaram um ‘achado histórico’ de grande valor para a freguesia e para o concelho. Escondida debaixo de um teto falso estava uma pintura do século XVIII retratando as ‘Nove Irmãs Santas’. É o único retrato pintado das jovens mártires juntas em Portugal.
Marinha, Eufêmia, Quitéria, Genoveva (Genobeba) ou Genebra, Vitória, Marciana, Germana (Geromana), Basília (Bazalia) e Liberata (Livarata) são os nomes das mártires da Igreja Católica.
Marinha e Eufêmia esconderam-se por terras do Gerês, no século II DC, perseguidas pelo séquito romano do imperador Adriano, de acordo com relatos históricos.
A intervenção inicial previa a substituição de todo o madeiramento dos tetos. Ao colocar os andaimes, verificou-se que «sobre o teto mais recente existia um outro mais antigo com pinturas que mereciam ser analisadas sem se destruir o que estava escondido», diz José Mota Alves.
«Qual o espanto que ao retirar o teto mais recente deparou-se com a existência de uma pintura, ao centro, que retratava as Nove Irmãs Santas», recorda. Perante a descoberta, os procedimentos foram alterados.
«As pinturas foram conservadas e limpas, respeitando as técnicas de restauro e conservação, mantendo as pinturas originais», garante. Hoje, a Igreja é «um local de visitação onde se encontra a única pintura em Portugal com as Nove Irmãs Santas», aponta.
É assim, uma descoberta histórica e única. «Podemos encontrar noutros locais as Nove Irmãs em estatuária, como no altar lateral direito do Santuário de Santa Quitéria em Felgueiras», afirma José Mota Alves. No entanto, uma pintura como a descoberta em Vilar, até agora, não existe.
Investimento superior a 100 mil euros para restauro interior e exterior
A Igreja Santa Marinha de Vilar tinha tetos datados do final da década de setenta e início da década de oitenta. Tinha uma «uma cobertura em platex com motivos em polietileno, a cobrir o primitivo teto do século XVIII», avança José Mota Alves, presidente da ATAHCA.
Assim sendo, obras de restauro eram urgentes. Foi a missão levada a cabo pela Fábrica da Igreja de Vilar, a Câmara Municipal de Terras de Bouro, a Junta de Freguesia de Chamoim e Vilar e a população local. Tudo comparticipado no programa LEADER através da ATAHCA, a que acrescem os apoios municipais.
A intervenção permitiu «recuperar os altares que estavam a ser atacados por térmitas», enumera José Alves, bem como a cobertura, antes transformada, que agora regressa à forma original, preservando-se.
Ainda, foi alvo de obras «o campanário que estava sobreposto do lado direito da fachada principal, sendo recolocado no local onde deveria ter sempre estado», aponta o presidente.
O interior da claraboia existente no corpo principal da Igreja foi recuperado também, «ficando com luz artificial, mas mantendo a leitura do que era primitivamente», descreve.
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