A primeira edição da Bienal de Educação vai juntar, de 16 a 20 de junho, as principais vozes nacionais da área na Universidade do Minho, incluindo no final recomendações para as políticas públicas. Decisores, cientistas, estudantes, pais, além de sindicatos, municípios, escolas e avaliadores vão focar temas como a falta de docentes, a revolução digital, a autonomia e a democracia.
«Este é um momento-chave no debate da educação em Portugal, que mal entrou na recente campanha eleitoral e que agora vamos abrir a toda a sociedade, queremos ser parceiros transformadores», diz o professor catedrático emérito Licínio Lima, da organização. «Evoluímos muito após o 25 de Abril, mas há diversos aspetos a melhorar, desde a educação pré-escolar à educação de adultos, sem dependermos tanto de ciclos políticos e formando cidadãos plenos», realça.
A Bienal é coordenada pelo Instituto de Educação (IE) da UMinho, a celebrar 50 anos, e tem o tema “O futuro é a educação: as pessoas, a vida e a escola”. Assenta em quatro eixos: Educação, saúde e sustentabilidade; Pedagogia e currículo; Avaliações em educação; e Comunidades educativas.
Cada dia vai começar por abordar um dos eixos, através de um palestrante distinto, seguindo-se duas mesas-redondas paralelas, posters de estudantes de vários ciclos, mesas de discussão e comunicações livres.
A exceção é no feriado de 19 de junho, com atividades culturais agendadas.
IA e uso de ecrãs abrem o debate
O evento vai decorrer no auditório do IE, no campus de Gualtar, em Braga. A abertura oficial é segunda-feira, dia 16, às 09h30, com a presença do representante da direção desta Bienal, Álvaro Laborinho Lúcio, do reitor da UMinho, Rui Vieira de Castro, e da presidente do IE, Beatriz Pereira. A conferência inaugural, “Inteligência artificial e educação”, cabe a Arlindo Oliveira, do Instituto Superior Técnico.
As outras conferências principais são “Currículo, pedagogia e profissionalismo docente”, por Domingos Fernandes, presidente do Conselho Nacional de Educação (17 de junho); “Avaliações em educação: pedagogia ou quantofrenia?”, com Licínio Lima (18 de junho); e “Tempo de ecrã nas crianças e adolescentes”, com Rute Santos, professora do IE (20 de junho). Todas começam às 09h30.
No último dia, destaca-se ainda às 15h00 a palestra final “Comunidades educativas como lugares de resistência na era do Eu”, com o sociólogo João Teixeira Lopes, da Universidade do Porto.
Meia centena de oradores
O programa reúne meia centena de oradores, sobressaindo o comissário do Plano Nacional das Artes, Paulo Pires do Vale, o presidente do conselho científico do Instituto de Avaliação Educativa (IAVE), Nuno Ferro, o presidente da Associação Nacional de Diretores de Agrupamentos e Escolas Públicas (Andaep), Filinto Lima, a presidente da Confederação das Associações de Pais (CONFAP), Mariana Carvalho, a dirigente da FENPROF e do Sindicato dos Professores do Norte, Manuela Mendonça, o diretor do Conselho Científico-Pedagógico da Formação Contínua, Rui Trindade, ou o professor catedrático e divulgador científico Carlos Fiolhais.
Os coordenadores dos quatro eixos da Bienal vão apresentar, no final, uma síntese com boas práticas, reflexões e recomendações para as políticas públicas regionais e nacionais.
«A educação não é só de educadores e alunos, é de todos e em permanência», frisa Licínio Lima. «Esta Bienal quer dar retaguarda científica, pedagógica, cultural para uma pedagogia ativa e de pensamento crítico; numa era permeada de alienação, opressão e fake news, pouco adiantam corridas desenfreadas ou recursos sofisticados, a educação é o maior contributo para a democracia, a tolerância e a convivência entre os humanos e entre estes e o planeta», nota.
Para inscrições e mais detalhes sobre a Bienal da Educação, basta visitar www.ie.uminho.pt.