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Utentes alertam para ‘rutura e colapso’ nos transportes em Viana do Castelo

Utentes dos transportes públicos do Alto Minho criticaram, esta terça-feira, a situação de “rutura e colapso” no concelho de Viana do Castelo, acusando a autarquia de incapacidade e pedindo ajuda “às autoridades de transportes e ao poder político”.

“Atenta a situação insustentável de colapso dos transportes públicos em Viana do Castelo e a incapacidade demonstrada pela autarquia de gerir a rede, apelamos às autoridades de transportes e ao poder político que tomem as medidas necessárias para garantir que as populações desta região não continuam a ser discriminadas e a não beneficiar dos apoios financeiros do governo central da mesma forma que beneficiam os restantes portugueses”, afirma o movimento de utentes, em comunicado.

De acordo com os passageiros, a incapacidade da Câmara de Viana do Castelo tem-se traduzido numa “redução de horários de autocarros temporária durante a pandemia”, que se tornou, “na maioria dos casos, definitiva” ou na “inexistência de transportes aos domingos e feriados, e residual aos sábados”.

A isto, soma-se a “redução do apoio financeiro nas deslocações Viana do Castelo – Porto”, que passaram de 88 euros por mês em 2023, para 171,60 euros mensais em 2024”.

Em maio, houve ainda uma “supressão do desconto direto na aquisição de passes e bilhetes, obrigando os utilizadores a solicitar fatura ao operador e, posteriormente, reembolso à autarquia”.

Os utentes assinalam ainda a “inexistência de apoio ao transporte ferroviário, com custo do passe Valença – Viana de 115 euros e Viana – Porto de 180 euros”.

Para além disso, destacam a “supressão de linhas e redução de horários dos autocarros urbanos e suburbanos” desde quinta-feira.

“Contrariamente à evolução positiva que se tem registado um pouco por todo o país, fruto dos programas governamentais de apoio aos transportes públicos e do empenho dos autarcas, em Viana do Castelo o desincentivo à utilização de transportes públicos traduz-se num conjunto de obstáculos que se têm avolumado”, lamentam.

De acordo com os utentes, “perante esta sequência de eventos a reação da Câmara de Viana tem sido uma sucessão de anúncios mediáticos de intenções de projetos não fundamentados, ao invés de ações concretas de incentivo à utilização de transportes públicos”.

Desde janeiro que estes utentes reivindicam “igualdade” com a criação de um “passe de baixo custo” até ao Porto, evitando a subida de 88 para 200 euros mensais na deslocação.

A Câmara de Viana do Castelo revelou na quarta-feira que ia assumir de forma transitória e a título excecional, o transporte dos circuitos urbanos da cidade e de Areosa e Meadela com autocarros próprios e de forma gratuita.

A decisão foi tomada após o grupo Avic ter anunciado a suspensão, a partir de 13 de junho, de oito carreiras de transporte público urbano e interurbano, bem como de horários em várias linhas, acusando autarquia de “impor prejuízos permanentes às empresas” ao não atualizar o valor das compensações por Obrigações de Serviço Público (OSP).

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