Segundo dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), a gripe afeta cerca de 3 a 5 milhões de pessoas por ano. Estes vírus estão na origem de centenas de milhares de mortes derivadas de problemas respiratórios. Uma das melhores formas de prevenir esta doença aguda viral é a toma da vacina. E ainda que não faça parte do Plano Nacional de Vacinação, a vacina está disponível desde o dia 14 de outubro, como informa o Serviço Nacional de Saúde.
Apesar das frequentes recomendações para a toma da vacina da gripe, assim como as provas da sua efetividade preventiva, ainda subsistem alguns mitos que devem ser esclarecidos. Conheça os mais frequentes, assim como os factos que os contrariam:
- Tomar a vacina provoca gripe
Essa ideia é completamente errada, uma vez que a vacina contém apenas o vírus morto, portanto incapaz de provocar a doença. Os efeitos adversos que se conhecem são a possibilidade de o braço inchar ou a temperatura aumentar ligeiramente. Existem também casos de pessoas que sentiram dores musculares nos dias seguintes à toma da vacina.
- Na gravidez, pode prejudicar o bebé
Pelo contrário. É mesmo muito importante a vacinação das grávidas, pois quando a mãe é vacinada o bebé também fica protegido. (a partir do terceiro mês de gestação)
- Basta apenas tomar a vacina uma vez para nunca mais ter gripe
Como o vírus da gripe sofre constantes mutações, o efeito da vacina tem uma validade de apenas 12 meses. É por essa razão que a composição das vacinas é renovada a cada ano para acompanhar as transformações do vírus.
- A vacina da gripe não é segura
Testada e aprovada pela OMS, a vacina da gripe não só ajuda a prevenir a prevalência da doença como também a minimizar as suas complicações. Por ser uma doença altamente contagiosa, basta uma pessoa doente para contaminar o ambiente. Ao impedi-lo, esta vacina previne quadros de epidemia.
- Não existe uma altura ideal para se vacinar
. A vacina deve ser administrada durante o outono/inverno, de preferência até ao fim do ano civil. Em Portugal, este ano é possível desde 14 de outubro.
- Quem nunca teve gripe não precisa de tomar a vacina
Durante a vida, a grande maioria das pessoas vai ter um ou mais episódios de gripe. Deste modo, a sua toma é a melhor forma de prevenção.
- Tomar vários anos consecutivos enfraquece o sistema imunitário
A toma anual desta vacina confere uma maior imunidade quando comparado com quem nunca a tomou. Esse hábito é recomendável devido às mutações do vírus.
- Não se deve tomar caso tenha alergias
Não existe qualquer contra-indicação na toma da vacina da gripe em pessoas com alergias. No entanto, caso tenha registado alguma reação à toma desta vacina anteriormente, deve consultar a sua equipa de saúde antes de o voltar a fazer.
Como ter acesso à vacina da gripe?
As vacinas disponíveis em Portugal este ano são, pela primeira vez, tetravalentes. Ou seja, incluem 4 tipos de vírus da gripe, esperando-se maior abrangência em relação às vacinas trivalentes, anteriormente utilizadas.
Algumas pessoas têm direito gratuitamente à vacina da gripe, disponibilizada no Serviço Nacional de Saúde, sem necessidade de receita médica. Para a receberem basta dirigirem-se aos centros de saúde. Beneficiam desta medida:
Residentes em instituições, incluindo Estruturas Residenciais para Pessoas Idosas, Lares de Apoio, Lares Residenciais e Centros de Acolhimento Temporário
– Doentes integrados na Rede Nacional de Cuidados Continuados Integrados
– Pessoas apoiadas no domicílio pelos Serviços de Apoio Domiciliário, com acordo de cooperação com a Segurança Social ou Misericórdias Portuguesas
– Doentes apoiados no domicílio pelas equipas de enfermagem das unidades funcionais prestadoras de cuidados de saúde ou com apoio domiciliário dos hospitais do SNS
– Doentes internados em unidades de saúde de ACES ou em hospitais do Serviço Nacional de Saúde, que apresentem patologias crónicas e condições para as quais se recomenda a vacina (Quadro II). Os doentes poderão ser vacinados durante o internamento ou à data da alta
– Reclusos em estabelecimentos prisionais
– Pessoas com as seguintes patologias crónicas ou condições:
– Diabetes Mellitus
– Terapêutica de substituição renal crónica (diálise)
– Trissomia 21
– A aguardar transplante de células precursoras hematopoiéticas ou de órgãos sólidos
– Submetidas a transplante de células precursoras hematopoiéticas ou de órgãos sólidos
– Sob quimioterapia
– Fibrose quística
– Défice de alfa-1 antitripsina sob terapêutica de substituição
– Patologia do interstício pulmonar sob terapêutica imunosupressora
– Doença crónica com comprometimento da função respiratória, da eliminação de secreções ou com risco aumentado de aspiração de secreções
– Doença Pulmonar Obstrutiva Crónica
– Profissionais do Serviço Nacional de Saúde (SNS) e
– Bombeiros com contacto direto com as pessoas consideradas nas alíneas anteriores
– Guardas prisionais
Seguras e eficazes, as vacinas podem ter reações adversas que são localizadas e transitórias. Dor, vermelhidão e ligeiro inchaço no local da picada são os principais efeitos secundários. Também podem causar dores de cabeça e febre. Estes problemas desaparecem passado pouco tempo.