OPINIÃO –

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Violência na escola há que pegar o touro pelos cornos

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As notícias dos últimos dias deveriam fazer com que todos nós, agentes educativos, pensássemos na escola que estamos a desenvolver. “A polícia e GNR são chamados, em média, 17 vezes por dia às escolas e, só este ano letivo, já foram públicos 24 casos de agressões ou ameaças de morte”. Assim sem mais.

A violência na escola começou a ficar mais visível a partir dos anos 2000 quando se avançou para um processo de maior democratização do ensino, trazendo para dentro das paredes das escolas, para além dos agentes educativos que já lá estavam, os pais e a comunidade em geral, através de instituições relevantes.

Se os segundos são pacíficos na sua convivência escolar, já os primeiros criaram novos desafios aos professores e alunos para os quais estes não estavam preparados. A adaptação não está a ser nada fácil e as coisas têm tendência para ficarem piores.

O próprio slogan “Uma escola para todos” passa a ser interpretado de forma enviesado, dando a ideia que todos devem ser iguais a todos. O que não é verdade. Os níveis de aprendizagem variam de aluno para aluno, o interesse e a motivação não são uniformes, as convivências sociais são díspares.

Há uma expressão usada na justiça que me agrada muito e que precisa de ser transferida para o ambiente escolar: “cada caso é um caso”, diz-se para justificar decisões judiciais diferentes para situações idênticas. Ora, nas escolas, também, “cada caso é um caso”.

A verdade é que os problemas de violência, de bullying, de agressões têm que ser ferozmente combatidos com estratégias que envolvam todos os agentes educativos, professores, alunos, direções de agrupamentos. São problemas globais que devem ser analisados e depois sancionados casuisticamente.

Um professor perante um caso de violência entre alunos não pode lavar as mãos como Pilatos seja colocando-os fora da sala de aula, seja através de falta disciplinar e esperar que o Espírito Santo venha e resolva. Aliás, as bibliotecas podem ser locais ótimos para acalmar génios para irrequietos mas para isso, é preciso que sejam mandados para lá.

As direções dos Agrupamentos não podem, simplesmente, ‘mandar para casa’ os alunos agressores ou sugerir ‘mudança de escola’ para os agredidos. Os problemas não se resolvem empurrando com a barriga, resolvem-se seguindo o exemplo dos forcados: pegando o touro pelos cornos.

Os pais que invadem os recintos escolares para ‘tirar satisfações’ com os professores deveriam ficar impedidos, e a lei deveria prever isso dando poderes a quem de direito para o fazer, durante um período de tempo de regressar à escola. Se caso for necessário, as autoridades policiais têm que ser chamadas às escolas.

É urgente que haja consequências para quem promove atos de violência na escola. E enquanto isto não for uma prioridade, enquanto não se enfrentar o touro pelos cornos, haverá sempre quem se ache no direito de agredir porque a impunidade continuará a ser a lei.

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