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A relevância da economia circular

A economia circular consiste na redução, reutilização, recuperação e reciclagem de materiais, objetos, equipamentos e energia. Trata-se de uma forma simplificada, prolongar, renovar e “dar vida” a produtos e coisas em fim de vida.

Segundo WEF (2014, p.10), Towards the Circular Economy: Accelerating the scale-up across global supply chains “O conceito circular promove riqueza e geração de emprego no contexto de restrições de recursos”. Já para a Comissão Europeia COM (2015, p. 2)

“A economia circular impulsionará a competitividade da UE ao proteger as empresas contra a escassez dos recursos e a volatilidade dos preços, ajudando a criar novas oportunidades empresariais e formas inovadoras e mais eficientes de produzir e consumir.”

Tem como propósito fundamental, o desenvolvimento de novos produtos e serviços eficientes e capazes de minimizarem o impacto da extração de recursos, aumentando o tempo de vida útil dos produtos sustentando modelos de negócios economicamente viáveis e ecologicamente relevantes.

A economia circular promove um processo dinâmico que exige compatibilidade técnica e económica (atividades e capacidades produtivas) enquadradas de forma institucional e socialmente através de (valores e incentivos) inspirando todos os cidadãos num processo contínuo de reabsorção e reciclagem.

Os principais benefícios e impactos positivos da economia circular passam por: construir novas relações com os consumidores, através de programas de retoma e de recuperação de recursos materiais contribuindo dessa forma para a criação de novos modelos de negócio; melhorar a competitividade das empresas; conservação dos recursos naturais, reduzindo a emissão de resíduos tóxicos para a atmosfera, bem como, contribuir para uma maior equidade no preço das matérias primas e limitando os riscos de fornecimento contínuo para produzir novos produtos.

Tendo em consideração o constante crescimento da procura de produtos novos, inovadores e capazes de satisfazerem as necessidades e exigências cada vez maiores dos consumidores e face à limitação e escassez de recursos naturais à escala global nunca como na atualidade se tornou relevante, urgente e fundamental assegurar um desenvolvimento sustentável, responsável e equilibrado procurando uma economia “verde” circular e capaz de revitalizar, prolongar e dar uma nova vida aos recursos naturais, materiais existentes.

EDIÇÃO IMPRESSA - -
Entrevista a Isabel Estrada Carvalhais, representante de Braga na lista do PS às Europeias

Professora da Universidade do Minho, Isabel Estrada Carvalhais aceitou o convite para ser a representante do distrito de Braga na lista do PS às Eleições Europeias de 26 de Maio. Assegura que o contexto actual aumenta a importância deste acto eleitoral, sublinhando ser necessário manter o projecto europeu, num tempo em que se assiste a «uma degradação muito acentuada do pilar fundador da Europa, a solidariedade».

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E se a comida for para o lixo, vão-se indignar?

Uma reportagem recente publicada no Jornal I avaliava a medida governamental que exige a retirada, das máquinas de vending existentes em espaços hospitalares, de comida não saudável.

A reportagem dava conta do sucesso da medida junto de doentes, profissionais de saúde e familiares. A responsável pela Ordem dos Nutricionistas ouvida neste âmbito saudou a medida e deixou para reflexão um dado: estender o seu alcance às escolas, universidades e outras entidades ligadas à saúde e educação.

No Agrupamento de Escolas de Amares esta prática já é uma realidade. As chamadas máquinas de venda de ‘comida rápida’ têm ao dispor dos alunos um conjunto de ofertas saudáveis que podem ser óptimos complementos alimentares nos intervalos escolares.

No entanto, nem tudo são rosas nesta matéria e ainda há um longo caminho a percorrer.

Tenho almoçado com regularidades nas cantinas escolares do Agrupamento. Os esforços de melhoria que vêm sendo feitos são evidentes e posso garantir a qualidade da comida que é fornecida aos alunos.

O problema está nos apelos constantes, muitos deles à distância de um clique, para a ingestão de comida dita não saudável. Um apelo que depois se alastra a muitas casas, por falta de tempo, disponibilidade ou vontade de quem cozinha.

Daqui resulta uma esquizofrenia que os alunos combatem da maneira mais fácil: entre a comida saudável promovida na escola e o apelo ao sabor, cheiro e visual da ‘fast food’ , a decisão é fácil de perceber qual é.

É verdade que a quantidade de comida servida nas cantinas escolares pode não estar ajustada à idade ou não corresponder às necessidades nutricionais de crianças e jovens como aponta um estudo publicado pelo Instituto Nacional Dr. Ricardo Jorge (INSA).

Mas este é um problema menor perante o desafio que está pela frente. A redução de sal é uma realidade, a melhoria dos teores energéticos e de hidratos de carbono tem vindo a crescer. Porém, e pelos vistos, é preciso fazer mais ou melhor.

Esta conversa toda vem a propósito de uma realidade que tem vindo a ser constante nas últimas semanas nas cantinas de amares e que muito me tem incomodado.

Há alunos que compram senhas e depois, simplesmente, não almoçam e não estou a falar de problemas de última hora ou doença. Estou a falar de alunos que vão comer a outros locais, nada contra, mas que adquiriram uma senha para almoçar. E houve um dia, por exemplo, que foram mais de 20 a não aparecerem.

Ora como as refeições escolares são confeccionadas em função das senhas vendidas, o que se faz à comida que sobra? É que andamos todos preocupados com a falta de alimentos em vários países e depois pactuamos com práticas lamentáveis e condenáveis de alunos que simplesmente não vão comer à cantina, tendo senha, porque não querem.

Julgo ser urgente e necessário que a comunidade educativa se junte e reflicta no caminho que se pode seguir. Não basta participar em campanhas de recolha de alimentos, pensar nos meninos e meninas de outros países que não têm nada para comer e depois achar bem não comparecer na cantina com uma senha comprada. Claro que já estou a ver a indignação destes mesmos com o destino que é dado à comida que sobra.

Hipócritas!

Estão a matar a Greve!

Sou, desde que me conheço, alguém que se identifica com os ideais de esquerda, enquanto orientação que tem no seu centro de atividade política a justiça social, a solidariedade e os valores humanistas. O tempo e uma maior maturidade fizeram de mim alguém que se identifica mais com o Socialismo Democrático, onde poderão situar-se, no centro-esquerda, os social-democratas e os progressistas, que aceitam a atuação da economia e dos mercados, mas com um setor público influente e ao serviço dos povos.

Por natureza, não poderia deixar de estar do lado do direito à greve e à reivindicação daqueles que se sentem desrespeitados e mal remunerados, enquanto trabalhadores. No Portugal industrializado a primeira greve terá surgido no sec. XIX, sendo certo que no Portugal democrático que vivemos no pós-25 Abril, foi em 1982 que tivemos a primeira grande greve geral, estava então no poder um Governo de direita (AD). Mais tarde, em 1988, durante um dos Governos Cavaco Silva o país vivia uma das mais importantes graves gerais, convocadas pelas duas grandes organizações sindicais, a CGDP e a UGT.

Estes fenómenos eram naturais, pois a uma governação ideologicamente mais virada para a competitividade do país e para o crescimento económico, normalmente em prejuízo das classes trabalhadoras, seguiam-se manifestações de defesa dessas mesmas classes. Nos braços de ferro e no equilíbrio das forças, o país tentava encontrar as soluções ajustadas à sua realidade.

Na viragem do milénio as greves começaram a surgir também durante os Governos de esquerda e, de alguma forma, a sua grande frequência, normalmente próximas das eleições, começou a banalizar o conceito e a fazer com que as pessoas começassem a resistir a estes movimentos livres e nobres.

Em boa verdade, quando hoje vemos dirigentes sindicais a “exigir a lua”, ou bastonários de ordem a militar despudoradamente em partidos políticos começamos a questionar o verdadeiro valor das greves contemporâneas.

Outrora importantes movimentos livres de reivindicação, importantes manifestações de força que garantiam o equilíbrio das decisões de fundo nas políticas públicas, hoje as greves são muitas vezes armas de arremesso político. Neste autêntico tabuleiro de xadrez político-partidário alguém está corromper a greve enquanto conceito, sempre que a instrumentaliza para chegar aos objetivos partidários de poder.

O que é deveras intrigante: Fazem-me confusão os financiamentos e mecenato ocultos, para pagar prejuízos salariais a grevistas! Não sei definir isto! Estará a nascer uma nova classe que são os “profissionais da greve”?

E atenção, não confundir estas com a importância da existência dos dirigentes sindicais.

Está na hora de refletir. Amanhã não se queixem que o cidadão comum ande cada vez mais irritado por não ter transportes públicos, por lhe ameaçarem com falta de combustíveis, ou por ver consultas e cirurgias eternamente adiadas. Este sem número de provações, das quais, afinal de contas, é o único inocente, representa uma prática altamente injusta para as sociedades, que ainda por cima se repete cada vez mais, em ciclos muito convenientes.

Não matem a greve!