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OPINIÃO -
O medo

Opinião de Hélder Neto, Psicólogo

 

No último artigo tentei desmistificar a ideia de que existem emoções boas e más, instigando o leitor a percebê-las todas como úteis e importantes. Descrevi as seis emoções, comummente consideradas universais, quanto à sua função e utilidade, mas de uma forma sucinta, por isso pretendo, nesta crónica, e nas próximas, descrever cada uma de uma forma mais extensa. Volto, desta forma, à temática das emoções por ser, na minha opinião, assunto extenso e importante. Posto isto, versarei, desta vez, sobre o medo. 

O nosso cérebro tem muitos milhares de anos de evolução, sendo a maior parte desse tempo dedicado à programação de uma vivência do ser humano imersa num ambiente no qual se verificavam constantes ameaças à sobrevivência da espécie, ameaças essas relacionadas com as temperaturas extremas, infeções, predadores, escassez de alimentos, entre outras. Essa evolução dotou-nos de um leque de emoções que permanecem até hoje, por via de nos garantirem mais hipóteses de sobrevivência. Entre essas emoções está o medo, uma emoção que nos prepara para lutar ou fugir sempre que nos sentimos ameaçados. Em termos de sobrevivência da nossa espécie, esta emoção tem vantagens indiscutíveis. Quem tivesse medo e se preocupasse com os barulhos na floresta, ou em ter alimentos suficientes para passar o inverno, teria muito mais hipóteses de sobreviver do que quem estivesse despreocupadamente a apreciar a paisagem ou a relaxar junto de um riacho. Somos herdeiros desses nossos ancestrais carregados de medos. 

Como já foi referido, esses medos foram necessários à nossa sobrevivência, conquanto que, esses comportamentos fossem sendo ajustados na medida certa, sempre em prol da continuidade da nossa espécie. Assim, um comportamento demasiado prolongado de fuga ou evitamento colocar-nos-ia numa situação de desvantagem, visto que o sucesso da preservação da espécie exige reprodução que, por sua vez, dependeria de atividades de alimentação, abrigo e acasalamento, ações estas incompatíveis com a fuga e evitamento. Este tipo de comportamento – fuga e evitamento de situações potencialmente ameaçadoras – é observado, atualmente, em psicopatologias, tais como a perturbação de ansiedade social. Felizmente, existem tratamentos para essas perturbações, proporcionando, por conseguinte, a contribuição para a perpetuação da humanidade, tal como homologamente, teria ocorrido, potencialmente no tempo dos nossos ancestrais das cavernas. 

Nos últimos anos, em termos evolutivos, demos um salto. As emoções poderão estar ligeiramente desajustadas com as necessidades ambientais. Neste sentido, quando passamos em frente a uma confeitaria, e olhamos uma bola-de-berlim, as nossas emoções, bem assim como o nosso instinto, dizem-nos para comê-la. Todo aquele açúcar remete para ganhos de energia, sendo essa energia essencial para fugirmos de um tigre dentes-de-sabre, quando necessário. O problema, nos dias de hoje, é que não fugimos de tigres. 

Todavia, esta emoção, que nos ajudou a sobreviver como espécie, é poderosa e está tão arreigada em nós que é utilizada para nos instrumentalizar. Podemos observar essa instrumentalização em vários aspetos da nossa vida quotidiana como, por exemplo, quando somos exaustivamente submetidos, pelos media, a notícias sobre guerras, sobre vírus, sobre vulcões, sobre a seca, e sobre tantas outras tragédias. Este fomentar dos nossos medos mais profundos, como se estivéssemos em perigo constante, serve para dar lucros aos media, através de audiências, e serve, também, interesses mais obscuros, como a indústria de armamento ou a indústria farmacêutica, para só citar estes. Um último exemplo da utilização do medo manipulador está nos políticos que o usam para ganharem votos, no caso das democracias, ou para controlarem as populações, no caso das ditaduras. 

Sinto sempre que, quando estou a querer aprofundar os temas que aqui escrevo, o espaço se evapora. Assumo, com naturalidade, que muito mais poderia ser escrito. Parece-me, no entanto, que o essencial se encontra devidamente explanado. Sigo para o próximo artigo, para a próxima emoção. Sigo para a tristeza.

EDIÇÃO IMPRESSA -
Câmara de Amares aguarda decisão judicial sobre trânsito de pesados na Rua de Santo Aleixo

Aguarda-se a decisão judicial sobre a providência cautelar interposta pela empresa de reciclagem Bracicla contra a proibição do trânsito de camiões pesados na Rua de Santo Aleixo e na Travessa do Monte Rabadas, entre Figueiredo e Prozelo. O Tribunal Administrativo de Braga já ouviu o presidente da Câmara, Manuel Moreira, o vereador socialista Pedro Costa e dois moradores da zona, bem como os representantes da empresa.

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Desporto. Estágio de formação da AKWP

A Associação de Karate-Do Wado Portuga (AKWP) realizou, este sábado, o primeiro estágio formação, pós pandemia, que contou com a presença de 70 participantes.

O evento decorreu no salão nobre dos Bombeiros Voluntários de Amares, com direção técnica do Mestre José Lezon (8.º DAN) e do Mestre Paulo Rodrigues (5.º DAN).

Este estágio serviu também de preparação para o Torneio Nacional AKWP que se vai realizar no dia 4 de Junho.

 

DESPORTO -
Merli e Salvador lideram ao fim do primeiro dia da Rampa da Falperra

Está concluído o primeiro dia de prova da Rampa da Falperra, prova pontuável para o Campeonato da Europa e de Portugal de Montanha.

Com a ausência de alguns dos habituais animadores, como Simone Faggiolli, Andrés Vilariño e outros, o primeiro dia foi marcado pela disputa entusiasmante entre Christian Merli, com o “Osela FA 30” e Sébastien Petit, num “Norma NP 01”, primeiro e segundo classificados da primeira subida, realizada este sábado.

Entre os carros convencionais, e, também para o Campeonato da Europa, Karl Schagerl, em Volkswagen Golf Rally (10º da geral) impôs-se a José António Fombona (12º), num Audi RS5 DTM e a Vítor Pascoal (13º) no Porsche GT3 Cup

No que ao Campeonato Nacional de Montanha diz respeito, pode dizer-se que Pedro Salvador regressou, viu e venceu. Salvador, tripulando um Silver Car CS impôs-se a Hélder Silva, em Osella PA 2000, deixando o terceiro lugar para o bracarense José Correia com o Norma M20 FC.

Entre as concorrentes femininas Gabriela Correia, com o Mercedes AMG GT4 fez o melhor tempo, deixando Daniela Marques com o Subaru WRX, e a Sónia Pereira, Seat Cupra nos lugares seguintes.

Amanhã, segundo e último dia da prova, as subidas terão inicio pelas 9 horas e o programa decorrerá até ao meio da tarde com a entrega de prémios a decorrer junto à Basílica do Sameiro, centro nevrálgico e operacional desta 41ª Rampa, organizada pelo Clube Automóvel do Minho (CIM).

DESPORTO -
Christian Merli dominou primeira subida da Rampa da Falperra

O piloto italiano Christian Merli venceu ao final da manhã deste sábado a primeira subida de treinos da Rampa Internacional da Falperra, que terminará no domingo de tarde, em Braga.

A vitória de Christian Merli foi folgada, por cerca de cinco segundos, confirmando-se o seu favoritismo, até porque este ano não compete na Falperra o seu compatriota, Simone Faggioli, recordista de vitórias na prova de Braga, com seis primeiros lugares, mais um do que o espanhol Andrés Vilarino, outro dos grandes ausentes da Rampa Internacional da Falperra.

De recordar que para o dia de amanhã, domingo, está prevista a competição “a doer”, com os motores a arrancarem para a primeira subida às 8h00. O segundo momento da prova está agendado para as 10h35 e são esperados cerca de 150.000 mil espectadores.

ACTIVIDADE OPERACIONAL -
GNR deteve 416 pessoas em flagrante na última semana

A GNR realizou um conjunto de operações em todo o território nacional, entre os dias 26 de Abril a 5 de Maio, que visaram a prevenção e o combate à criminalidade e à sinistralidade rodoviária, como também a fiscalização de diversas matérias de âmbito contra-ordenacional, tendo sido detidas no decorrer das mesmas 416 pessoas em flagrante delito.

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