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MUNDO -
Após libertar mais três reféns, Hamas avisa que “cessar-fogo em Gaza está em perigo” e “pode colapsar”

O cessar-fogo entre Israel e o Hamas “está em perigo” e “pode colapsar”, alertou este sábado um membro do gabinete político do movimento islamita palestiniano, numa altura em que as negociações sobre a segunda fase parecem não ter ainda arrancado. O alerta surge depois do Hamas libertar três reféns israelitas.

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ENSINO SUPERIOR -
Politécnico de Viana do Castelo cria nova pós-graduação em Tecnologia e Inovação em Vidro

O Politécnico de Viana do Castelo tem abertas, até 28 de fevereiro, as candidaturas para a nova pós-graduação em Tecnologia e Inovação em Vidro.

Esta formação, ministrada pela Escola Superior de Tecnologia e Gestão, destina-se a profissionais e licenciados que queiram aprofundar conhecimentos sobre processos, design e inovação na indústria vidreira.

O setor do vidro «está em constante evolução», aponta a escola. Dessa forma, são necessários «profissionais qualificados para responder aos desafios da inovação e da sustentabilidade», acrescenta.

Foi a pensar nisso que o Politécnico de Viana do Castelo criou a pós-graduação de Tecnologia e Inovação em Vidro. A mesma tem a duração de um semestre e irá funcionar em regime pós-laboral e b-learning, combinando aulas online e presenciais, o que irá permitir a conciliação com atividade profissional.

Esta formação da Escola Superior de Tecnologia e Gestão (ESTG-IPVC) surge em parceria com a empresa COVIPOR – Companhia Vidreira do Porto, LDA., e reforça conhecimentos em tecnologia (matérias-primas, processo e produto), sustentabilidade (eficiência energética, circularidade, certificação ambiental) e inovação (funcionalização, novos produtos, novas aplicações).

As candidaturas decorrem até 28 de fevereiro em https://candidaturas.ipvc.pt.

Mais informações sobre a formação podem ser consultadas em https://www.ipvc.pt/cursos/tecnologia-e-inovacao-em-vidro/.

O curso acontece entre os meses de março e julho.

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OPINIÃO -
O impacto do imediatismo na gestão das marcas

Texto de Manuel Sousa Pereira

A tendência para o imediato será cada vez mais uma realidade, impulsionada pelas expectativas de repostas rápidas e resultados instantâneos no mundo digital e tem um impacto significativo na gestão das marcas.  Esse fenômeno é intensificado pelo uso de tecnologias, redes sociais e plataformas baseadas em inteligência artificial, afetando tanto as estratégias de marketing quanto a perceção e o relacionamento das marcas com seus públicos.

Os impactos positivos do imediatismo na gestão das marcas passam pela conexão mais rápida com os seus públicos, através de um atendimento instantâneo com chatbots e assistentes virtuais as marcas conseguem responder de forma instantânea às dúvidas e problemas dos consumidores, melhorando a experiência, interação e imersão com o seu público, criando conexão e proximidade. Permite também uma adaptação mais rápida a novas tendências e comportamentos culturais num envolvimento em tempo real, fornecendo um feedback instantâneo sobre os produtos e campanhas ajudando as marcas a adequar as suas estratégias de forma mais rápida e eficiente.

Como impactos negativos do imediatismo na gestão das marcas temos a pressão por respostas rápidas e instantâneas que se transforma numa ansiedade corporativa, na medida em que as marcas enfrentam a pressão de responder de forma instantânea, sacrificando a qualidade em detrimento da qualidade da comunicação, em favor da velocidade, aspetos que podem gerar soluções superficiais para problemas complexos.

Outros aspetos passam pelo envelhecimento rápido do conteúdo e das campanhas de comunicação digital exigindo a criação constante de novos materiais para de manterem relevantes assegurando uma “novidade permanente” o que pode levar à exaustão criativa e custos elevados de manutenção da notoriedade espontânea. De forma complementar, para acompanhar este imediatismo estas precisam de investir continuamente em tecnologias como a inteligência artificial, automação, big data, sendo um desafio constante e continuado.

Relativamente ao impacto nos consumidores, clientes e utilizadores promove um sentimento de ansiedade ou preocupação em que as pessoas sentem que podem estar perder expectativas, eventos ou oportunidades, que se caracterizam como “fear of missing out” FOMO, que significa “medo de estar a perder algo” associado ao uso das redes sociais numa comparação constante com os colegas, amigos ou influenciadores que partilham momentos, vivências e estilos de vida perfeitos, aspetos que podem causar a sensação de uma ansiedade continuada, de que se está a viver uma vida desinteressante em termos comparativos numa sociedade onde existe a necessidade de estar sempre atualizado, receio de estar a perder algo interessante, dificuldade de valorizar o momento presente e uma constante conectividade, sendo fundamental melhorar a saúde mental e emocional procurando equilibrar o uso da tecnologia com momentos offline, aspeto fundamental para restaurar a valorização do momento presente.

OPINIÃO -
Amor e Traição

Texto de Hélder Araújo Neto (Psicólogo Clínico)

Tive um amigo que morreu por causa do amor. Descobriu que a companheira o traía, e suicidou-se. Não aguentou a perda, perdeu a mulher e as filhas, que eram a sua razão de viver. Infelizmente, não conseguiu lidar, não pediu ajuda.

Porque é que as pessoas traem?

A traição, por definição, é a quebra da confiança entre as duas partes. No contexto amoroso, que é o foco deste texto, a confiança carrega um peso ainda maior, pois toca diretamente na vulnerabilidade e na intimidade compartilhada. As razões para a traição variam. A insatisfação emocional, a monotonia no relacionamento e a busca por validação externa, quando ela não existe no seio do casal, são algumas das principais motivações.

Descobrir uma traição pode ser devastador; rasga as entranhas, dilacera. A confiança, construída ao longo do tempo, pode desmoronar em segundos. Esta é a pergunta que se impõe: é possível perdoar e reconstruir?

Da minha perspetiva, pela minha experiência em terapia de casal, embora desafiador, o perdão é possível, mas muito raro. O processo exige que ambas as partes estejam dispostas a entender as causas do ocorrido, reconstruir a comunicação e estabelecer limites claros para o futuro. Para alguns, a traição pode até servir como um ponto de viragem, permitindo que o casal renove os seus votos de conexão e cumplicidade.

Por outro lado, para muitas pessoas, a traição marca o fim de uma história, especialmente quando a confiança não pode ser restaurada. Encerrar um ciclo pode ser um ato de amor-próprio, amor esse que deveria ser o principal, para que não se dependa emocionalmente de ninguém.

Numa nota à parte, existe quase uma justiça divina, porque as pessoas que iniciam um relacionamento na traição, muito provavelmente serão traídas. Uma vez que, na maioria das vezes, o traidor voltará a trair, faz parte do seu caráter.

O amor é uma força poderosa. Ele une, constrói e transforma. É parceria, respeito e comprometimento. É a escolha diária de estar presente para o outro, mesmo diante dos desafios da vida. Apesar do amor romântico, poder ser considerado uma construção social, ele está profundamente enraizado na nossa biologia, ativando áreas do cérebro ligadas ao prazer e à recompensa.

O amor é o combustível de poemas, músicas e filmes que tentam capturar a sua essência inatingível. Contudo, esse outro elemento poderoso, a traição, também inspira a arte, por exemplo, na literatura, retratada em obras clássicas como Madame Bovary, de Gustave Flaubert, ou então, Anna Karenina, de Liev Tolstói.

Para terminar, uso aqui uma metáfora. Imagine, caro leitor, que é mordido por uma serpente, e em vez de se focar em tratar-se, salvar-se, retirando o veneno do corpo, corre atrás da serpente para perceber porque é que ela o mordeu, para lhe dizer que não merecia ser mordido. Faria isso?! Suponho que não. Deixo aqui a minha sugestão. Se esta tragédia lhe acontecer, concentre-se na cura, em sarar a ferida, no desenvolvimento do amor-próprio, na sua reconstrução. Sairá do processo mais sábio, porque, tragicamente, é no sofrimento que crescemos mais.

P.S. Este texto é dedicado ao Paulo. Paz à sua alma.