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OPINIÃO

OPINIÃO -
Está quase!

  • Por Marco Alves

Estamos a pouco tempo da chegada de junho, o meu mês preferido. Talvez por ter nascido nesse mês, talvez pelo início das férias de inúmeros portugueses, talvez por ser a primeira vaga de emigrantes que chegam com saudades e amor pelo nosso país ou efetivamente pelas famosas festas dedicadas aos Santos Populares.

De norte a sul do país, são muitas as terras que fazem questão de honrar Santo António, São João e São Pedro, com programas que conciliam as componentes religiosas com as rusgas, marchas populares, arraiais, bailaricos, procissões, cascatas, desfiles alegóricos, sardinhadas, espetáculos musicais, atividades desportivas, fogo de artificio e inúmeras iniciativas incontornáveis nestas manifestações populares. Na nossa área de abrangência pertencente ao distrito de Braga têm maior visibilidade as festas de Santo António de Amares, Vila Verde e Famalicão, a festa de São João em Braga e a festa de São Pedro em Celorico de Basto.

Em muitos pontos da geografia terrestre mundial, os Santos Populares também são celebrados. No Luxemburgo os festejos são os mais semelhantes ao que podemos encontrar em território nacional, todas as cerca de 60 associações de portugueses organizam uma ou mais festas em sua honra. Na cidade francesa de Bordéus, a associação Alegria Portuguesa de Gironde organiza uma grande festa perto da data de São Pedro.

A imaginação não tem limites e o sonho também não. Não há certezas de quando é que as cascatas de São João surgiram. Sabe-se que começaram a aparecer à porta nos bairros, construídos pelos meninos que montavam uma espécie de pequeno altar, com musgo e colocavam os santos. As crianças pediam “um tostãozinho para o São João” porque a vontade era de ver crescer a cascata.

Aproveitavam os trocos para comprar mais figuras para o ano seguinte. À semelhança de um presépio, uma cascata de São João representa através das suas cores e estátuas engraçadas a vida de uma aldeia após a colheita e a gratidão pela abundância da vida. As cascatas de São João são um verdadeiro encanto e estão enraizadas na cultura, desde os tempos da celebração do solstício de verão.

Sou natural do Porto, cresci com as cascatas, no entanto há mais de 38 anos que não construo uma cascata. Tinha vontade de voltar a fazer uma e, graças à colaboração e gosto pelas tradições, os proprietários da pastelaria “Churrolat”, em Amares, disponibilizam um espaço prático para exposições, onde o público poderá contemplar durante o mês de junho a cascata de São João.

Visitem o espaço fabuloso da pastelaria e desfrutam das especialidades da casa. As moedinhas da cascata revertem para uma IPSS de Amares.

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