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Braga e Guimarães já são afectadas pelas alterações climáticas. CIM Cávado prepara ‘contra-ataque’

Braga e Guimarães são dois de 14 concelhos do país que apresentam os maiores riscos decorrentes das alterações climáticas. O concelho vimaranense é mesmo o que mais ameaças apresenta, revela um estudo divulgado esta semana. Entretanto, a Comunidade intermunicipal (CIM) do Cávado anunciou um plano de respostas às alterações climáticas.

A investigação ‘Cidades em Risco’, da Carbon Disclosure Project (CDP), com sede no Reino Unido, analisa as respostas de autarquias a um inquérito daquela organização não-governamental a solicitar que identifiquem os perigos que já se fazem sentir ou que podem vir a agravarem-se.

De acordo com o relatório, a Cidade Berço está sujeita a risco de incêndios florestais, deslizamentos de terra, vento severo, ondas de calor, condições meteorológicas extremas, tempestades e cheias, obtendo da CDP 16 pontos.

Braga, com uma pontuação de 7, identificou as cheias repentinas provocadas por chuva intensa (flash/surface flood), dias de calor extremo e vento severo.

Entre as cidades nacionais, surge também Ovar, com 14 pontos (tempestades, vento severo, inundações costeiras, contaminação por água salgada, acidificação do oceano, fogos florestais e inundações rápidas), Lisboa, com 11 (ondas de calor, cheias de rio, cheias repentinas devido a chuva intensa, secas, vento severo, tempestade e onda de tempestades) e Porto, com 8 (cheias costeiras, deslizamento de terras, ondas de calor, onda de tempestades e cheias repentinas provocadas por chuva intensa).

A nível mundial, o Rio de Janeiro (35) é a cidade que mais riscos reportou, identificando como risco dias calor extremo, ondas de calor, incêndios florestais, chuvas intensas, tempestades eléctricas, deslizamentos de terras, quedas de pedras, cheias repentinas, cheias de rios, doenças relacionadas com a água, doenças de vectores (provocadas, por exemplo, por mosquitos), doenças causadas pela qualidade do ar, inundações permanentes, seca, vento severo e cheias costeiras.

Note-se que a pontuação atribuída pela CDP não identifica a cidade pior, mas sim aquela que mais riscos reporta.

CONTRA – ATAQUE

Com base nos dados já disponíveis que identificam as ameaças e as vulnerabilidades, a CIM Cávado anunciou, esta quinta-feira, estar a trabalhar na elaboração de um plano de ‘contra-ataque’.

A apresentação da Estratégia para as Alterações Climáticas, assim se chama o plano, para esta sub-região, constituída pelos concelhos de Esposende, Barcelos, Braga, Amares, Vila Verde e Terras de Bouro, é a 6 de Novembro.

Este território passa, assim, a constar do grupo dos que estão a avaliar as vulnerabilidades e a calcular a capacidade de resposta e adaptação aos riscos.

Os dados do CDP relativos a 2018, mostram que das 620 estudadas apenas 336 das cidades (54%) estão a avaliar as vulnerabilidades e a preparar respostas, apesar de 530 dessas cidades, representando uma população de 517 milhões de pessoas, dizer estar a ter problemas relacionados com as alterações climáticas.

Os principais riscos identificados são as inundações (71%), o calor extremo (61%), e as secas (36%), além dos riscos sociais associados, como o aumento das dificuldades para populações vulneráveis, aumento da procura de serviços públicos, como a saúde, e aumento dos casos de doenças.

Segundo o documento, as cidades que estão a avaliar as suas vulnerabilidades têm duas vezes mais hipóteses de identificar riscos de longo prazo e quase seis vezes mais possibilidade de executar acções de adaptação.

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