Braga é uma das cidades portuguesas que no próximo dia 22 se transforma num ‘RUApeiro solidário’ com agasalhos quentes pendurados para quem precisa.
O momento de “troca directa”, em que as pessoas colocam um agasalho num cabide ou penduram com molas e deixam na rua para que seja recolhido por quem precisa, surgiu em 2015, na avenida da Liberdade, em Lisboa, através do movimento Heat The Street, que este ano se propõe a espalhar a ideia por todo o país.
“Sempre nos assumimos como movimento e não como um evento e gostamos de pensar na ideia que poderíamos chegar a outras cidades, a outros bairros, a escolas e as pessoas podiam fazer o seu próprio evento, portanto inspiravam-se no Heat The Street”, afirmou Helena Carvalho, uma das responsáveis pela organização da iniciativa, referindo que este é o primeiro ano que a ideia é implementada em outras cidades além de Lisboa.
A acção nacional, “para que Portugal se torne num RUApeiro solidário gigante”, está marcada para 22, domingo que antecede o dia de Natal, e tem, até ao momento, organização confirmada nas cidades de Lisboa, Braga, Leiria, Covilhã, Viseu e Sines.
VÁ AO ARMÁRIO
Com o objectivo de “chegar a mais pessoas e a mais locais”, o Heat The Street desafia todos os portugueses a participarem no RUApeiro, no sentido de “ajudar a tornar este Natal mais especial e mais quente para quem mais precisa”.
“Desde o início que o que quisemos foi procurar que as pessoas dessem alguma roupa que já não utilizassem, fossem ao seu roupeiro, ao sítio onde guardam a sua roupa, fossem buscar algo que já não utilizam e dessem para quem mais precisa”, disse Helena Carvalho, indicando que o balanço da iniciativa tem sido “muito positivo”, com “uma adesão crescente e emergente de ano para ano”.
Segundo a responsável do Heat The Street, “existem três maneiras de participar”, sendo que, para o fazer de “forma individual”, basta ter um agasalho a mais de que já não precisa, colocar num cabide e pendurar num local que faça sentido, “um local de passagem, que seja acessível, pode ser, por exemplo, um gradeamento, uma árvore”.
Além de individualmente, a participação no RUApeiro pode ser feita “em grupo informal ou organizando um evento colectivo”, em que a organização disponibiliza um ‘kit’ para eventos de maior dimensão, com todos os materiais publicitários, cartazes e etiquetas.
Os agasalhos, que podem ser casacos, camisolas, calças, mantas ou acessórios para mulher, homem e criança, têm de ser pendurados com uma etiqueta do Heat The Street, que está disponível na página do movimento na Internet (https://heatthestreet.net/heat-the-street/) para que os participantes as imprimam.
Quem precisa dos agasalhos pode, “livremente”, recolhê-los, reforçou Helena Carvalho, referindo que os bens que não forem retirados devem ser encaminhados para associações sociais e juntas de freguesia.
O movimento Heat The Street pretende que o RUApeiro se repita “por todo o país e até por outros países, se fosse possível, em qualquer altura que faça sentido”, frisando que a iniciativa se pode realizar em outras datas que não apenas o Natal.
Para que seja possível ter uma dimensão da adesão, o movimento pede aos participantes para publicarem uma fotografia que retrate a ação de pendurar os agasalhos na rua nas redes sociais Instagram ou Facebook com o hashtag #heatthestreet e a respectiva localização.