A grande maioria das multas atualmente passadas pelas autoridades são referentes ao uso do telemóvel durante a condução. De acordo com um estudo, usar o telemóvel enquanto se conduz multiplica o risco de acidente por 23 e 31% dos portugueses admite enviar e ler SMS enquanto conduz.
Está aí a chegar a nova versão do Código da Estrada e o valor das multas ao telemóvel duplicarão o seu valor. O condutor poderá também perder mais três pontos na sua carta de condução.
A proposta de decreto-lei está pronta a ser aplicada e define coimas entre os 250 e os 1250 euros. De relembrar que o atual código da estrada prevê coimas entre os 120 e os 600 euros.
Neste novo conteúdo legislativo, pode ler-se ainda que “atenta a crescente causa de sinistralidade rodoviária por utilização ou manuseamento continuado de aparelhos radiotelefónicos e similares durante a marcha do veículo, sanciona-se de forma mais gravosa a utilização ou o manuseamento, durante a marcha do veículo, daqueles aparelhos, com vista a dissuadir estes comportamentos de risco.”
Deixo agora ao leitor do Amarense os motivos pelos quais teremos este agravamento:
– Diminuição da capacidade de vigilância e dispersão da atenção;
– Durante os primeiros cinco minutos de conversação, a probabilidade de ter um acidente é seis vezes maior;
– Aumento da dificuldade em descodificar e memorizar sinais, perdendo informação essencial para uma condução segura;
– Descuido das regras de cedência de passagem nos cruzamentos e entroncamentos;
– Perda da noção da distância de segurança em relação ao veículo da frente, sendo difícil de ajustá-la consoante o trânsito;
– Abandono dos sinais de mudança de direção, o que pode ser perigoso tanto para o condutor como para os outros utentes da via;
– Má avaliação da velocidade;
– Redução do campo de visão;
– Tendência para não parar nas passagens de peões;
– Aumento do stress por atender ou telefonar;
De facto, com os fatores enunciados, temos de concluir que o uso do telemóvel durante o exercício da condução é efetivamente um grande risco para a nossa vida e integridade física, mas também para os outros.
Vamos todos cumprir, por nós e por todos, pela vida!