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Braga disponibiliza plataforma para avaliar potencial para instalação de painéis fotovoltaicos e bio-roofs

A população e as empresas de Braga têm à sua disposição uma ferramenta que ajuda a perceber qual o potencial dos seus edifícios para a instalação de painéis fotovoltaicos e de coberturas verdes, os chamados bio-roofs. Através de uma plataforma online, apresentada esta sexta-feira é possível simular e quantificar o investimento, a poupança anual e o tempo de retorno desse mesmo investimento, no caso da instalação de painéis solares.

O projecto resulta de uma candidatura do município de Braga ao European City Facility (EUCF), que garantiu um financiamento de 60 mil euros, para avançar com um estudo de potencial e viabilidade técnica e financeira para o aproveitamento de energia solar fotovoltaica e de instalação de bio-roofs nos edifícios da cidade e nos espaços industriais.

“Este é um projecto inovador a nível nacional e um contributo gigantesco para ajudar a atingir as metas da neutralidade carbónica até 2050”, foi um dos aspectos sublinhados por Altino Bessa, vereador do Ambiente, no decorrer da apresentação da plataforma, no Altice Forum Braga

Através da plataforma – explicou – “é possível saber o potencial fotovoltaico de cada um dos edifícios que foram analisados, que tanto pode ser uma habitação própria ou um complexo industrial e, através de um simulador, qualquer pessoa pode introduzir os valores da sua factura de energia e calcular o investimento e os ganhos em termos energéticos quer para o utilizador como para o meio ambiente”.

POTENCIAL DE FUTURO

Altino Bessa sublinhou ainda a necessidade de participação, quer das empresas quer dos cidadãos. Nesse sentido, apelou às associações empresariais para que avaliem o seu potencial para a implementação de painéis solares e de bio-roofs.

“Vivemos tempos de crise energética e a Europa está à procura de produção de energia alternativa aos combustíveis fósseis. A energia eólica e a fotovoltaica apresentam um grande potencial para futuro que se pretende auto-sustentável em termos energéticos”, frisou Bessa.

A auto-sustentabilidade em termos energéticos foi também abordada pelo administrador executivo da InvestBraga, que também avaliará o impacto da plataforma na gestão da energia nos seus edifícios.

“Esta é uma preocupação de quem está no terreno e os municípios têm um papel importante na ajuda da definição das melhores estratégias para as empresas e para as famílias, afirmou, acrescentado que aquela Agência para a Dinamização Económica, E.M, difundirá este projecto pelas empresas “ajudando-as a ter uma percepção das diferentes variáveis para que elas possam tomar decisões quanto ao tipo de investimento e o consequente retorno financeiro”.

REDUÇÃO DE CO2

Os painéis fotovoltaicos são colocados, geralmente em telhados rasos, sendo colocadas as placas de plástico que sustentam os painéis cobertos no substrato, permitindo que a água da chuva seja drenada e o crescimento de vegetação se dê abaixo dos painéis.

Já o bio-roof, consiste numa camada de vegetação plantada sobre um sistema de impermeabilização, que é instalada no topo de um telhado plano ou ligeiramente inclinado, permitindo a amenização da temperatura, melhorando a performance dos painéis fotovoltaicos, uma vez que as temperaturas mais baixas, são benéficas para o seu funcionamento.

Durante o estudo, onde foram analisados mais de 50 mil edifícios numa área superior a metade da parte urbana, assim como os polos industriais, concluiu-se que, em caso de aproveitamento total dessa área, seria possível uma produção de 160 gigawatts por ano na geração de energia de fonte renovável. Um número que se traduziria na redução das emissões de CO2 em 35.524 mil toneladas por ano.

O mapeamento foi efectuado com recurso a drones e o processamento da informação com base na fotogrametria, o que possibilita obter os parâmetros específicos para cada edifício, assim como uma simulação da instalação de diferentes potências fotovoltaicas. Um serviço que, segundo Carlos Silva, administrador da InvestBraga, é “muito útil” às empresas e às famílias, num período em que é necessário encontrar soluções para o problema energético.

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