OPINIÃO –

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Abrandar! Abrandar, sempre! (I)

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Ponto prévio primeiro: realçar a crónica de Abril do meu parceiro de tribuna, o agente José Pedro Pereira, referindo o dramático problema do abandono dos animais e respectivos maus tratos. Não seria despiciendo tornar público o quadro penal para quem provoca tamanho sofrimento nos nossos animais. Fica a exortação.

Ponto prévio segundo: Feira Franca de Amares. Evento belíssimo, colorido, marcado pela alegria e cumplicidade entre todos. Todavia, ainda, com pouco de agropecuária e demasiada festa. Porém, em tudo é elogiável. Duas questões: uma, insofismável. Outra de gosto pessoal.

Assim, referir o lixo produzido e esquecido pelas pessoas ao longo de todo o Largo D. Gualdim Pais. A segunda-feira amanheceu demonstrando o baixíssimo nível de civismo de tanta gente – imperdoável! Depois, os Cantares da Terra esquecidos para horas proibitivas, em palco, no domingo à noite, numa actuação de enorme qualidade para um auditória de pouco mais do que trinta pessoas – indesculpável! No final, desejar longa vida à Feira Franca de Amares, e, para o próximo ano, quem sabe, lá voltarei a repetir a caminhada de 10 quilómetros. Para um velho preguiçoso, até nem me portei mal.

Ponto prévio terceiro: eleições europeias. Verificaram-se níveis de abstenção recorde, a raiar os 70%. No conjunto dos 28 países, Portugal a classificar-se como o segundo país com menos eleitores a irem às urnas, num ano no qual os números dos que se abstiveram baixou na Europa. Dá vontade de injuriar. No entanto, abstenho-me de o fazer.

Acabei por escrever, em tempos, neste mesmo espaço, que o nosso concelho nasceu e cresceu num dos locais privilegiados pelos astros. Situada entre Braga, Vila Verde e Terras de Bouro, a vila de Amares é banhada pelas águas do Cávado e do Homem, gentilmente cedidas pela cordilheira – ao mesmo tempo, acolhedora; em determinadas circunstâncias, inóspita – do Gerês. Neste sentido, o concelho de Amares possui todas as características para ser um local maravilhoso.

Porém, ainda o não é. Para que o nosso concelho de Amares se torne um concelho representativo das expectativas de qualquer amarense, dependerá de mulheres e homens que se permitam internacionalizar esta ideia e que, por conseguinte, lutem por ela.

A vila de Amares é dotada, igualmente, de condições naturais para se tornar numa “smart village”. Evoco este conceito, do mesmo modo, pela segunda vez, neste presente espaço de opinião, visto que o mesmo é proprietário de uma extensa margem de desenvolvimento. Toda esta transformação dependerá, como bem se poderá compreender, da vontade de mulheres e homens que assim o desejem.

Neste sentido, consideráveis transformações serão necessárias. A origem encontra caminho nas mentalidades de todos nós, conquanto, primeiramente, nas mentalidades dos líderes políticos, e, sobretudo, nas mentalidades dos membros do Executivo da Câmara Municipal de Amares.

Projectando almejarem-se tamanhas conquistas e os propostos objectivos, é imperioso vislumbrar a nossa vila, estudar-se a sua orografia, as possibilidades que a “arquitectura” natural nos foi legando, bem como as potencialidades que ambos os rios alimentam. É, de igual modo, imperativo analisar a densidade populacional – a sua distribuição; hábitos quotidianos; quadro social; representações sociais; etc. –, assim como enfrentar as devidas transformações que terão que abarcar «novas políticas de planeamento urbano e de mobilidade».

No âmbito da referência à mobilidade, será importante que todos tenhamos bem presente o binómio automobilista / peão. Ora, é neste sentido que desejo concentrar-me. Os principais responsáveis pelas políticas públicas desta pequena vila, como é Amares, terão de ponderar, mais cedo do que tarde, tornar o concelho notícia de primeira página, de um qualquer outro jornal – mesmo a nível nacional –, no dia em que for possível retirar-se da equação os acidentes de automóveis, os atropelamentos, a segurança na deslocação pedonal, na movimentação ciclável, entre outras modalidades.

Assim, construir uma vila de Amares, muito melhor, é possível, bem como dotá-la das condições essenciais que conduzam à promoção desta conjugação de factores.

É possível e vamos todos tentar.

Abrandar! Abrandar, sempre!

Até Julho…

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