OPINIÃO -

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Abrandar! Abrandar, sempre! (III)

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Há dias em que conseguimos observar automobilistas a descerem a Rua 25 de Abril, impantes nos seus bólides, a alta velocidade, muito acima dos limites legais, desfazerem a curva da Câmara Municipal sem abrandarem, reduzindo apenas junto da lomba do Largo D. Gualdim Pais. Ora, isto acontece por duas razões: primeira, porque existem demasiados imbecis a conduzir; em segundo lugar, porque foram removidas todas as lombas que, ao longo de todo este percurso, tão bem, foram implantadas.

Noutros dias, apercebemo-nos da violência com que alguns automobilistas aproveitam toda a Rua de Cintura para limparem os filtros de partículas dos respectivos carros, bem como para sacarem umas palpitações. Não fosse a presença das rotundas, junto da discoteca e no topo da profunda descida da zona de Santa Luzia, a acrescentar às duas lombas instaladas na íngreme depressão – em frente da capela da referida santa e junto do hipermercado –, talvez os cemitérios se tornassem demasiado pequenos para tantas casualidades. Perdoem-me a frieza de tom com que aludo ao assunto, ainda que seja com a mais profunda das franquezas com que o faço.

No âmbito do mesmo balanço, desde a rotunda alusiva às freguesias, em Figueiredo, até ao Largo D. Gualdim Pais, nada mais interessante, para os operacionais da Cruz Vermelha, bem como para os que desfrutam de tempo de lazer nas esplanadas de alguns cafés, do que os acéfalos aceleras que procuram percorrer todo aquele espaço no mínimo tempo possível.

Finalmente, de entre tantas outras situações, por que não mencionar a “fabulosa” rampa de Caires – a envergonhar, liminar e literalmente, a rampa da Falperra –, uma perfeita combinação de ratoeiras, curvas contra curvas, com um pavimento imaculado, sempre com linha descontínua a separar vias, sem que haja um mínimo dissuasor de, como direi, intrepidez; ousadia; bravura; estupidez – definitivamente, este último –; dos que não se motivam, de forma alguma, com a segurança alheia. A subir ou a descer, a rampa de Caires tornou-se a pista perfeita para que alguns dos melhores pilotos profissionais possam testar os respectivos protótipos.

Tamanha tristeza!

Há tanto por fazer: estradas por recuperar; estradas por pintar; semáforos por repor; ecovias por construir; margens de rios por melhorar; iluminação pública por completar; saneamento e pluvial a separar; passeios por construir; mentalidades por transformar. O mais importante: mentalidades por transformar! Há muito trabalho pela frente. De facto, pegando num tema já discutido publicamente, entre “festas e festinhas” e a segurança de todos os amarenses, venha daí a segurança de todos nós. Façamos assim: apontemos às estrelas e sejamos uma vila “smart” e “slow”.

E, já agora, preenchendo as costumeiras e pérfidas jogadas dos políticos, nos mais variados quadrantes, e, no que concerne às futuras eleições autárquicas, reivindiquemos que os mesmos resolvam, de uma vez para sempre, o vergonhoso estado em que se tornam as estradas após as mais variadas intervenções nas mesmas. Por favor, não culpemos as toupeiras, sim?

Já agora, em mês de enchente de visitantes e amigos emigrantes, com o advento do Natal, nada melhor do que promover um estilo de condução saudável, seguro, respeitador, aliado a um estilo de vida que se deseja completamente transformador, com vista a alterar drasticamente a nossa relação com o planeta, rocha viva que nos tem oferecido tantos sinais de que está a esgotar-se.

Apesar do tão importante abrandar, sempre, convém adicionar-se um eloquente informar, sempre, e, sobretudo, o famigerado «aprender, sempre»!

Este esforço pertence-nos. É de todos nós.

Bom Natal!

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