Ponto prévio primeiro: Festas d’Amares. Excelente organização, cada vez mais capaz, com programas cada vez mais aliciantes, certamente, a fazerem lembrar os eventos de outrora, memórias que revalidam as memórias dos mais velhos. Vila Verde, por seu turno, complementa com, igualmente, boas ofertas, proporcionando uma espécie de vaivém muito saudável entre convivas. Isso mesmo: não devemos olhar de soslaio para as festas dos vizinhos. Olhemos, por oposição, para esses eventos com espírito criativo. Parabéns!
Ponto prévio segundo: transportes. Felicitar e cumprimentar o Executivo amarense, na figura do titular das pastas do Ambiente, Trânsito, Mercados e Feiras, que, com a medida de redução das duas modalidades de passes de transportes públicos – passe geral e passe para idosos –, contribuirá para o desenvolvimento da mobilidade no concelho amarense, bem como no âmbito da mobilidade intermunicipal. Muito bem!
Ponto prévio terceiro: Bombeiros Voluntários de Amares. De acordo com “O Amarense”, a corporação reivindica «mais apoio e reconhecimento», sendo efectivamente necessário oferecer condições concretas para que a resposta dos “soldados da paz” continue a servir, com eficácia, a população e o concelho de Amares. Para isso, aguardam por uma resposta do Executivo camarário que, em meu entender, poderia passar pela profissionalização, pela municipalização daquela força, assim como pelo recrutamento de efectivos. Amares ficaria muito mais segura com uma corporação de bombeiros mais forte.
Ponto prévio quarto: Amar Citrus. Tomei conhecimento, com dois anos de atraso, da existência e trabalho desta associação que deseja desenvolver e tornar prioridade, o envolvimento entre os produtores de laranjas e limões, e os respectivos consumidores. Esta instituição, ainda com laços ténues de actuação, devido à dificuldade de fazer valer os esforços dos seus integrantes, procura encontrar um espaço que sirva de armazém e ponto de comercialização destes produtos tão amarenses. Encontro aqui o traço distinto de um projecto com uma arquitectura assente em fortes alicerces. Toda a sorte do mundo!
Posto isto…
A presença de lixo no pavimento dos quatro cantos de Amares é evidente, e, sobretudo, preocupante. A verificação desta praga remete imediatamente para questões culturais e de educação cívica. Assim, pode referir-se que as pessoas não agem em benefício próprio, não respondendo, por seu lado, as instituições públicas, teórica e tecnicamente, em tempo útil.
No mês passado, o partido Pessoas-Animais-Natureza apresentou um projecto-lei que propõe que a proibição de libertar beatas na via pública seja nacional, e que o processo seja fiscalizado por vários institutos. A saber: Agência Portuguesa do Ambiente; ASAE; PSP; GNR.
Ora, o nosso povo foi violentamente fiscalizado durante 48 anos e, pelo que me concerne, jamais voltará a ser.
Medidas e propostas semelhantes não devem fazer caminho pelo que, para o assunto em apreço – do lixo em geral –, a solução passará pelo aprofundamento das relações institucionais e, mais importante, pela formação cívica, aprofundada, das várias gerações populacionais. É necessário encetar uma guerra contra a poluição.
Por conseguinte, ao ler a entrevista que Carlos Tavares – presidente do grupo PSA – concedeu ao Expresso, na qual discorre sobre alguns temas relacionados com questões ambientais no ramos dos transportes, é da maior relevância sublinhar o “dogmatismo” e o “extremismo” das posições actuais dos Governos português, espanhol e francês, no concernente à “revolução” imposta à mobilidade automóvel. Não desejando tornar-me causídico em terra alheia, deve referir-se que a indústria automóvel contribui com 15% das emissões de CO2.
De acordo com João Matos Fernandes, Portugal deverá investir, entre 2020 e 2030, com 2300 milhões de euros para executar o Programa de Acção para a Adaptação às Alterações Climáticas. Pretende-se, desta forma, reduzir a vulnerabilidade a secas, inundações, ondas de calor, incêndios rurais ou erosão costeira. Um esforço hercúleo que, sem a colaboração de cada um dos habitantes do nosso País, redundará num estrondoso falhanço.