BRAGA -

BRAGA - -
Covid-19. Aumento “surpresa” de afluência deixa prateleiras de supermercados vazias em Braga

Share on facebook
Share on twitter

TÓPICOS

Share on facebook
Share on twitter

TÓPICOS

Ao final da tarde de terça-feira o cenário nas lojas de Braga dos supermercados das grandes cadeias de venda a retalho não diferia: prateleiras vazias ou, num quadro menos dramático, praticamente despejadas de produtos não perecíveis, sobretudo enlatados.

As lojas de S. Victor e do centro da cidade de duas cadeias de supermercados diferentes visitadas pelo PressMinho recompunham ainda ao final da manhã desta quarta-feira os stoks de conserva, congelados e leite.

Em S. Victor, o gerente de loja reconhece que a afluência “apanhou-nos um bocado de surpresa”. O colega do centro da cidade diz que “há alguns dias que se notava, e bem, o aumento das vendas dos enlatados e de leite, mas ontem [segunda-feira] foi demais”.

Ambos ressalvam que não se tratou de uma “corrida” ao super: “as pessoas estão confiantes que o abastecimento de produtos alimentares vai continuar dentro da normalidade”.

Mas foi um “aviso” para o que pode acontecer se a epidemia não der mostras de abrandar.

Este ‘aquecimento’ para uma eventual correria às prateleiras “começou logo que se soube do encerramento da Universidade [do Minho]”.

E depois “foram as medidas implacáveis do governo para conter [o Covid-19]. As pessoas começaram a preparar-se para ficar 15 dias em casa de quarentena”, diz o gerente do centro.  Em S. Victor, o colega da concorrência, subscreve. “Sentimos na loja que os nossos clientes mostravam alguma preocupação, mas com as medidas radicais da Marta Temido [ministra da Saúde], as pessoas começaram a preocupar-se muito mais. Começaram a prevenir-se”.

“Mas não há alarmismo”, garantem os dois.

Os hábitos dos clientes mudaram, e de forma “surpreende”, dizem. O movimento ao longo do dia deixou de ter os ‘picos’ da hora de almoço e do final do dia. “O movimento agora é grande e contínuo”.

Admitem que as rupturas nas conservas, podem tornar a repetir-se, e estenderem-se também aos congelados e leite. “Se a procura continuar assim é provável, sim”. Asseguram, no entanto, que “tudo” voltará à normalidade “até ao meio ou fim da manhã do dia seguinte”.

“Não há motivo para alarmismo”, frisam.

VERGONHA E AÇAMBARCAMENTO

Não são só os hábitos de compra que mudaram. Também a atitude perante a próprio compra. A merecer, provavelmente, “um estudo psicológico”, diz com um ar muito sério o gerente do centro da cidade.

E passa a explicar. “Tenho reparado que alguns clientes vêm aqui uma, duas e três vezes fazer compras. Claro que pensei que estavam a açambarcar ‘às escondidas’, mas não. Uma funcionária da caixa explicou-me que tinham vergonha em mostrar receio ao coronavírus. Estranho, não é?”.

Questionado sobre este tipo não catalogado de heroísmo receoso, o gerente de S. Victor ri-se. Também já assistiu “inúmeras” vezes ao fenómeno

“Acho que têm é medo de passar por açambarcadores e ouvir algum comentário desagradável”, diz, para de seguida alertar: “anda para aí muita gente a açambarcar, é verdade, mas não é para ter em casa. É para depois vender a preços exorbitantes nos mini-mercados de bairro”.

“O povo não tem dinheiro para açambarcar”, atira.

Esta terça-feira, aAssociação Portuguesa de Empresas e Distribuição (APED) confirmava um “ligeiro aumento da procura”, mas garante que tudo se mantém em “total normalidade”

Share on facebook
Partilhe este artigo no Facebook
Share on twitter
Twitter
COMENTÁRIOS
OUTRAS NOTÍCIAS