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Cuidados a ter com a chegada das altas temperaturas

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Por Ana Rita Leitão
Técnica de Saúde Ambiental
ACES Cávado II – Gerês/Cabreira

Portugal face à sua localização geográfica é um dos países europeus vulneráveis a fenómenos climáticos extremos. O inicio da Primavera, traz consigo dias mais ensolarados e secos, com as temperaturas a começarem a aumentar.

Estas condições fazem com que as pessoas saiam para a rua para atividades quer de trabalho quer de lazer, tornando-as mais desprotegidas. A exposição ao calor extremo impõe alguns cuidados em particular para os mais vulneráveis, tais como as crianças e os idosos, de forma a que a sua saúde não seja prejudicada.

Nesta época do ano é normal que as temperaturas, segundo o Instituto Português do Mar e Atmosfera atinjam valores médios acima dos 25 ºC podendo haver ondas de calor. Para a Organização Meteorológica Mundial (OMM), uma onda de calor ocorre quando num intervalo de pelo menos seis dias consecutivos a temperatura máxima diária é superior em 5ºC ao valor médio diário no período de referência.

Assim, a exposição a períodos de calor intenso, representa uma agressão para o organismo, podendo conduzir à desidratação, ao agravamento de doenças crónicas, ou até mesmo a um esgotamento, condições que podem provocar danos irreversíveis na saúde, ou inclusive levar à morte.

Estes perigos são extensíveis à população em geral, mas representam um risco acrescido para os mais vulneráveis como:

– Os recém-nascidos, as crianças pequenas, as pessoas idosas e as pessoas doentes;

– Os portadores de doenças crónicas (doenças cardiovasculares, respiratórias, renais, diabetes, alcoolismo);

– As pessoas que devido à sua situação de saúde e/ou mobilidade se encontram acamadas;

– As pessoas com problemas de saúde mental, pois perdem capacidade para serem responsáveis por si próprias, tornando-se mais propensas a sofrer de insolações ou de outros problemas relacionados com diminuição da ingestão de água, como desidratação;

– As pessoas a tomar alguns medicamentos, como anti hipertensores, antiarrítmicos, diuréticos, antidepressivos, neurolépticos, entre outros;

– Os trabalhadores expostos continuadamente ao sol e/ou ao calor, como é o caso dos trabalhadores da construção civil e os trabalhadores rurais;

– As pessoas que vivem em más condições de habitabilidade (casas sem conforto térmico).

Para a prevenção dos efeitos do calor intenso recomendam-se algumas medidas:

  • Aumentar a ingestão de água ou sumos de fruta natural, mesmo sem ter sede e evitar a ingestão de bebidas alcoólicas ou com elevados teores de açúcar;
  • Fazer refeições mais leves e frequentes;
  • Evitar a exposição solar direta entre as 11 e as 17 horas e sempre que se expuser ao sol, ou andar ao ar livre, usar um protetor solar com um índice de proteção elevado (igual ou superior a 30);
  • Evitar a permanência no interior de viaturas expostas ao sol e nunca deixar crianças, idosos ou doentes no interior destas;
  • Sempre que possível, diminuir os esforços físicos e fazer períodos de repouso em locais com sombra, frescos e arejados;
  • Usar roupa larga, leve e fresca sempre que andar ao ar livre e usar chapéu a proteger a cabeça;
  • Evitar a entrada direta de calor no interior da habitação, fechando as persianas ou portadas durante as horas de maior calor;
  • Informar-se periodicamente sobre o estado de saúde das pessoas isoladas, idosas, frágeis ou com dependência ajudando-as a protegerem-se do calor.
  • As crianças com menos de seis meses não devem ser sujeitas a exposição solar e deve evitar-se a exposição direta de crianças com menos de três anos. As radiações solares podem provocar queimaduras da pele, mesmo debaixo de um chapéu-de-sol.

Tendo em consideração todos estes perigos e as medidas que devemos adotar para os prevenir estaremos de facto a usufruir em pleno dos benefícios do sol, que pode ser um poderoso aliado na promoção do nosso bem-estar e a nossa saúde.

Fontes:

– Circular Informativa n 24/DA de 09/07/2009

– Circular Informativa nº 23/DA de 02/07/2009

– Orientação nº 14/2011 de 16/05/2011

https://www.dgs.pt/saude-ambiental-calor/recomendacoes.aspx

http://www.prociv.pt/pt-pt/RISCOSPREV/RISCOSNAT/ONDASCALOR/Paginas/default.aspx

https://www.ipma.pt/pt/oclima/normais.clima/1971-2000/normalclimate7100.jsp

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