OPINIÃO -

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Da Esquerda até à Direita, escolher ainda conta para alguma coisa

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No intervalo dos soundbites da política dei por mim, num destes dias, a refletir até junto de alguns jovens o porquê de Joacine Moreira não ser muito diferente do André Ventura, nos princípios, nos fins e até na metodologia.

Lá bem no fundo, estamos na presença de dois extremistas – um à esquerda, outro à direita – que usam e abusam do populismo e da “boca fácil” para cativar atenções e cavalgar o descontentamento latente dos portugueses. Na minha opinião, ambos ocos de ideologia, ambos perigosos, sendo que de nenhum dos dois se ouvirá algum dia uma proposta, uma solução, ou uma reforma estruturante.

Extremismos à parte –assunto quiçá a combater e aprofundar, se o “incêndio” ameaçar a democracia de forma séria – importa ainda refletir o pano de fundo dos chamados partidos tradicionais.

Aqui e ali, por culpa própria e em nome de orientações “resultadistas”, estes partidos têm dado o flanco, descredibilizando com uma ou outra atitude o ecossistema político, contribuindo de forma evidente para fenómenos de abstenção de votar e/ou participar.

Desde que me conheço enquanto ser pensante – que desde novo gosta e aprecia política – que me identifico com ideais de Esquerda. Confesso que outrora simpatizei até com figuras partidárias bem à esquerda, embora tenha sempre rejeitado extremismos, por achá-los demasiado fraturantes e até utópicos.

A Esquerda política sempre foi o meu habitat, na medida em que privilegia valores como o bem-estar social, a proteção dos desfavorecidos, combatendo flagelos ainda tão atuais como as desigualdades e a discriminação. Provenho de famílias humildes, de gente do trabalho e nunca conheci os tais berços de ouro de que se fala, logo, diria que é o meu posicionamento natural. Talvez advenha daí o meu ativismo e a minha permanente disponibilidade para causas.

A Direita é legítima, mas nunca me atraiu. Este posicionamento aceita que as sociedades têm de viver sob hierarquias que ditam as regras, onde quem nasce por baixo, por lá permanece, a não ser que seja capaz de, por si próprio, subir a montanha. Uma orientação política que neste espectro protege elites e defende que os mercados são quem mais ordena, facilitando o neoliberalismo, o capitalismo e a privatização da coisa pública.

Em resumo: Um posicionamento que, à partida, defende que a seleção natural e as desigualdades estruturam as sociedades merecerá sempre a minha oposição! O resto… é consequência!

Mas como disse antes, a escolha é livre e legítima e até motiva algumas boas prosas com amigos com quem me debato saudavelmente, quando se proporciona. Será sempre assim, cada um saberá para onde vai e o que quer.

A mim, o Socialismo, com algumas das suas variantes foi-me conquistando. Uma sociedade onde se defende o bem público ao serviço dos cidadãos de forma equitativa, ou uma sociedade caracterizada pela igualdade de oportunidades está hoje no espectro político do Socialismo Moderado ou Democrático com o qual me identifico.

Acredito que sem radicalismos, sem extremismos, sem totalitarismos, sejam de Esquerda ou de Direita, ainda nos podemos situar onde melhor nos sentirmos, sem calar a opinião, mas mantendo sensatamente a lucidez. Para mim… acredito que é por aqui que podemos cuidar da nossa democracia!

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