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E se acabam as abelhas?

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Opinião de Marco Alves

 

Hymenoptera, termo usado na Zoologia, é um dos maiores grupos entre os insectos, onde está integrado as vespas, abelhas e formigas. O nome deriva do grego (hymen=membrana; ptera=asas).

As abelhas melíferas, polinizadoras de flores e florestas, vitais para a biodiversidade e alimentação do ser humano, estão a desaparecer a um ritmo assustador em todo o mundo. É cada vez mais regular encontrar colmeias vazias. 

Cada abelha é uma maravilha de engenharia biológica, provida de sensores de temperatura, oxigénio e dióxido de carbono, carregada de eletricidade estática para que os grãos de pólen obtidos das flores se fixem ao corpo. As abelhas melíferas não são as únicas polinizadoras, há múltiplas espécies de zangões, abelhas selvagens e outros insectos que intervêm na fertilização das flores, mas são as mais competentes. Uma única colmeia, composta por 60 mil abelhas, pode polinizar uma área de 350 hectares.

Nos EUA, os apicultores ganham mais dinheiro a alugar as suas abelhas do que com a venda do mel. A Califórnia, considerado o maior celeiro do planeta e onde está a gigantesca industria da amêndoa, exporta 80% do que produz para o resto do mundo. Em fevereiro, chegam ali centenas de camiões, vindos de todo o país, carregados de abelhas para a polinizar as amendoeiras – dependem quase por completo do trabalho das abelhas, sem elas o prejuízo económico seria catastrófico.

As florestas mediterrânicas são ecossistemas valiosos para a produção apícola pelas inúmeras plantas do seu coberto arbustivo e herbáceo, ricas na produção de néctar e pólen. Entre as espécies da nossa flora com interesse apícola são de salientar as urzes, o rosmaninho, o alecrim, o tomilho, a luzerna, os trevos e os cardos, que produzem grandes quantidades de matéria-prima para o mel. Nos extratos arbóreos muitas espécies são excelentes produtoras de meladas, como as azinheiras, os sobreiros, os carvalhos e os castanheiros. 

Circula entre as redes sociais, uma frase, erradamente atribuída a Albert Einstein, assegurando que a humanidade não sobreviveria mais de quatro anos se todas as abelhas morressem. Possivelmente é mentira, mas um terço dos alimentos que consumimos depende das abelhas. Sem elas, não haveria frutos e produtos hortícolas, como pêssegos, cerejas, ameixas, maças, peras, melões, morangos, framboesas, amoras, curgetes, beringelas, tomate, espargos ou óleo de girassol. Até a vinha depende parcialmente do trabalho das abelhas. Muitos dos alimentos como o arroz e o milho não dependem da polinização, ao contrário de outros produtos. Sem as abelhas, a nossa alimentação seria enfadonha. “Plantem árvores para dar sombras e frutos para aqueles que ainda não nasceram”.

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