OPINIÃO

OPINIÃO -
Educação em Proteção Civil

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Artigo de João Ferreira

 

Enquanto aceso defensor de incentivar e promover a Proteção Civil junto da população, considero que é fundamental a promoção de uma maior proximidade, desde o patamar nacional até ao patamar local, de uma educação para o risco e, acima de tudo, do saber-saber para o saber-fazer.

Recordo o artigo anterior, acerca das Unidades Locais de Proteção Civil. Estas, pela proximidade, pelo conhecer do território, das suas gentes e das suas tradições, permitem um contacto mais ágil e menos formal, sendo, porém, muito comprometido e profissional.

Permitem ainda aperfeiçoar e manter a operacionalidade dos programas Aldeia Segura e Pessoas Seguras. Serem um elo de ligação entre as pessoas, os Agentes e Serviços de Proteção Civil. Promover acções de sensibilização nas mais diversas áreas e os riscos presentes na respectiva área geográfica. 

É aqui que a Educação em Proteção Civil terá um papel fundamental.

Não é tarefa fácil e será praticamente impossível instruir toda a população neste sentido, isto porque existem outras ciências e áreas de interesse mas como já referido, a Proteção Civil é multidisciplinar e plurissectorial e começa em cada um de nós.

Existe no Sistema Educativo uma unidade curricular chamada “Cidadania e Desenvolvimento” que aborda diversas áreas, entre elas Proteção Civil, mas não existe distribuição horária especifica para esta área.

Por experiência profissional vejo temas tão “simples” como o Suporte Básico de Vida, o manuseamento de um extintor, o lidar com um fogo doméstico, em que são poucas as pessoas capacitadas para responder efectivamente a essas situações. É necessário envolver as crianças e jovens enquanto mensageiros para suas casas e familiares, promovendo junto deles ações e iniciativas para uma cultura mais familiar do Risco.

Promover e participar na realização de simulacros, testar Planos de Emergência seja de cariz interno ou de Emergência e Proteção Civil, voltar a testar/treinar os planos de evacuação dos programas “Aldeia Segura-Pessoas Seguras”, entre outras. Como no desporto e noutras áreas, não treinando perdem-se as competências. Parabenizo a ANEPC pela promoção e realização do exercício “A terra treme” que permite à população treinar 3 passos que salvam vidas aquando da ocorrência de um sismo. 

Há um aspeto importante que nesta temática importa salientar que é a criação, numa proximidade geográfica, de várias iniciativas de ensino/formação dobre esta temática, nomeadamente com Cursos Técnicos Superiores Profissionais (CTeSP) em Proteção Civil no Instituto Superior de Saúde, na Escola Superior Agrária do IP de Viana do Castelo e ainda de uma Licenciatura em Proteção Civil e Gestão do Território no Instituto de Ciências Sociais da Universidade do Minho.

Estas importantes iniciativas vão permitir enriquecer o mercado de trabalho com pessoal formado e capacitado para dar resposta às necessidades das entidades, agentes e serviços de proteção civil e consequentemente às populações que servem. Permitirá, ainda, colmatar uma carência que existe nos próprios decisores políticos, sobretudo de âmbito municipal, pois são eles a Autoridade Municipal em Proteção Civil. Com a transferência de competências/responsabilidades e com as exigências do quotidiano, num futuro próximo haverá necessidade de dotar as Juntas de Freguesia e as Câmaras Municipais com esta capacitação e conhecimento.

“Para gerir uma crise é preciso saber aprender depressa. Para aprender depressa durante uma crise, é preciso ter aprendido muito antes da crise” (Patrick Lagadec)

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