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Liberalismo económico: terra fértil para o COVID

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O liberalismo na forma clássica, “viajou” desde o liberalismo social dos EUA de Franklin Roosevelt – fundamentando o New Deal, programa de retoma económica -, até ao liberalismo económico na forma de um conceito definido por “laissez-faire”, vivido na Europa e no ocidente. São definições que hoje dão lugar a uma derivação, que em Portugal, por exemplo, é muitas vezes intitulada de neoliberalismo, claramente associado a uma Direita política liberal. 

Este é um conceito que defende a governação baseada numa liberdade dos mercados e numa economia competitiva, que vive em contraponto com a Esquerda, que continua – com mais ou menos conservadorismo – a defender a proteção social, o serviço público e a equidade no acesso a bens e serviços.

É no rescaldo desta introdução de conceito que, no âmbito do COVID-19, permito-me considerar que se equivocaram, ao abrigo da sua própria orientação liberalista, governantes como Trump, nos EUA, Bolsonaro, no Brasil, ou mesmo Boris Johnson, no Reino Unido. Até na pragmática Suécia, Stefan Löfven – que se debate há anos contra uma poderosa e ágil oposição de Direita – tem dificuldade em fazer marcha-atrás numa política de livre circulação, que levou a taxas de contágio que envergonham os vizinhos da Escandinávia.

Esta pode ser vista como uma abordagem especulativa, mas na verdade, países que têm vivido no espectro do populismo, com Governos liberais e mercantilistas têm sofrido efeitos mais nefastos da crise pandémica do COVID-19.

Basta olhar para os números cruéis da taxa de mortalidade pelo novo coronavírus, para se constatar que países que privilegiaram a manutenção de uma economia competitiva, recorrendo de uma taxa de imunizados por contágio, em claro menosprezo pela capacidade do vírus provocar danos e ceifar vidas humanas, por norma acabaram por ser vítimas de um duro golpe.

Por outro lado,

Hoje por hoje, acredito que é necessária uma enorme coragem, uma grande capacidade de decisão e, acima de tudo, uma confiança inabalável, para se ser governante de uma nação.

António Costa e os líderes do mundo têm vivido entre uma espada e uma parede. Os seus dias oscilam entre tornar as sociedades mais isoladas, sob o fantasma de viver a tragédia do “cavalo do inglês”, ou deixar que os mercados mantenham a chama acesa, sob o pesadelo de abrir sucessivas e horrorosas valas comuns. 

Na Europa, velho continente que após a segunda grande guerra tem vindo a aceitar militar a paz e a solidariedade, países houve que hesitaram ou teimaram e sofreram com isso.

Onde a aposta recaiu na luta contra o inimigo invisível, tentando evitar a sua propagação galopante, sofreram as empresas e uma economia que estava a respirar ares saudáveis até aqui.

Foram-se os anéis, mas que fiquem os dedos!
Passada a tempestade, sob a mesma orientação solidária, levantem-se as pedras e reergam-se a civilização e as suas dinâmicas socioeconómicas.

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